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Ariana Huffington procura parceiros para lançar a versão brasileira do portal colaborativo de notícias

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Por Tatiana Mello Dias
Atualização:

Arianna Huffington procura parceiros para lançar a versão brasileira do portal colaborativo de notícias

 Foto: Estadão

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SÃO PAULO – O “jornal da internet” vem para o Brasil. Em português e com uma equipe local. Esse foi o anúncio da própria Arianna Huffington, presidente e editora-chefe do grupo. Ela está no País para participar de palestras e em busca de possíveis parcerias.

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A investida de Arianna no Brasil começa com a busca de um parceiro corporativo. O Huffington Post já tem versões em inglês no Canadá e Reino Unido, e chegará também na França em outubro (em aliança com o jornal Le Monde, segundo a Forbes) e na Espanha em novembro. Não há datas para o Brasil, mas Ariana quer que o lançamento aconteça ainda neste ano.

Arianna diz que o site dará atenção especial à política no País, mas repetirá a fórmula das várias editorias da versão original – que tem seções como “boas notícias” e “divórcio” (é que o casamento pode acabar, mas o “divórcio é para sempre”, ela brincou durante palestra na manhã desta sexta-feira, 2, em São Paulo).

A presidente do grupo editorial diz que começou a pensar em uma versão em português quando visitou o Brasil em dezembro para se encontrar com jornalistas e blogueiros (entre eles o editor do Link, Alexandre Matias). “É um país fantástico para as redes sociais”, disse Arianna no evento. Para ela, o Brasil está vivendo o sonho americano, com as pessoas “saindo da pobreza e realizando seus sonhos”.

E ela está otimista com o potencial do País nos próximos anos. Com a crise, EUA, e o mundo ocidental de maneira geral, não estão apenas perdendo valores materiais, mas também o potencial das pessoas, acredita. O site terá conteúdo traduzido, mas contará também com uma equipe local produzindo conteúdo no País. O escritório deverá ser em São Paulo, mas a ideia é que haja colaboradores espalhados por todos os Estados.

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O Huffington Post surgiu em 2005 como um portal colaborativo de notícias. Aos poucos, o site ganhou relevância – ultrapassou em audiência, por exemplo, o site do The New York Times – e é considerado peça fundamental na eleição do democrata Barack Obama nas eleições dos EUA em 2008. Não por acaso, Ariana foi eleita a 31ª mulher mais influente do mundo segundo a revista Forbes.

A diferença do Huffington Post em relação aos outros é a colaboração. O jornal tem editores e repórteres, mas seu sucesso se deve à maciça participação de blogueiros que enviam histórias e comentaristas que fazem aquilo cicular. O site foi comprado em fevereiro pela AOL por US$ 315 milhões.

Embora tenha se transformado enfim numa grande empresa de mídia – e perdido alguns colaboradores que não aceitaram fazer parte da transação -, o “jornal da internet” criou uma nova forma de fazer jornalismo. Ele dá a plataforma, que Arianna classifica como uma oportunidade para amplificar a voz para o mundo, e os colaboradores dão as histórias (de graça). Deu certo.

“Quando combinamos profissionalismo com a oportunidade de várias pessoas terem voz, com a internet e as redes sociais, isso faz com que alguém que ontem era completamente anônimo fale a milhões amanhã”, disse Arianan.

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Arianna não vê outros veículos como concorrentes, nem mesmo o Google. “Eu não vejo o mundo nos termos de competição”, disse ela, respondendo se o Google era um concorrente. “O Google é fantástico, porque proporciona muito tráfego”. O Huffington Post é conhecido por distribuir links para outros sites, inaugurando uma nova maneira de colaboração entre veículos online. Assim, a marca conseguiu se posicionar como o site que inicia a navegação de muitas pessoas, como um agregador do que é interessante e relevante.

O maior problema da mídia tradicional, segundo ela, é se direcionar aos números e não às histórias. A fundadora do blog não vê a velha mídia como concorrente, mas parceira – e diz que é preciso combinar os dois tipos. “A melhor será a que combinar o melhor da mídia tradicional com a nova tecnologia”, disse.

“Há uma explosão de coisas acontecendo no mundo”, falou, citando como exemplos o papel da tecnologia nas recentes revoltas em Londres e em outros episódios ao longo dos últimos anos.

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Checando o BlackBerry a cada minuto, o que provocou comentários do apresentador, Arianna também falou sobre alguns valores que carrega em sua profissão. Afinal, não é sempre que surgem mulheres empreendedoras, capazes de convencer milhares de pessoas a escreverem de graça e ajudar na eleição de um presidente americano. “O fracasso é um passo para o sucesso”, disse ela.

Distribuindo sorrisos fartamente, e sempre impecável de tailleur e cabelo loiro claros, a grega de 60 anos tirou fotos, conversou com todos que lhe solicitavam e se mostrou realmente empolgada com a investida do jornal no País. E diz que é preciso se “desconectar” às vezes para “se conectar consigo mesmo”.

—-Leia mais:AOL compra o Huffington Post

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