Google quer usar tecnologia para evitar ameaças como mudança climática

O Google estaria facilitando a criação de um novo conhecimento em tempo real, revolucionando a tecnologia usada na cartografia

PUBLICIDADE

Por Agências
Atualização:

EFE

 

PUBLICIDADE

O Google quer que as pessoas sejam menos vulneráveis contra ameaças como mudanças climáticas ou doenças, e para isso está “revolucionando” a tecnologia utilizada na cartografia, disse nesta sexta-feira, 15,uma das responsáveis da empresa, Rebecca Moore, à Agência Efe.

Leia também:Bilionários investem em pesquisa espacialGoogle abre centro de pesquisa e desenvolvimento em BH

A diretora deEngenharia do Google Earth Solidário e da plataforma Earth Engine destacou que estariam facilitando a criação de “novo conhecimento em tempo real”, frente dados “velhos, incompreensíveis e imprecisos tradicionalmente usados por governos e instituições para tomar decisões”.

O Google utiliza seus potentes computadores para processar as imagens de satélite e permitir assim observar, através da internet, as mudanças ocorridas no planeta ao longo das últimas décadas e atualmente.

As informações são colocadas ao serviço de analistas como os da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), com as quais a companhia de Mountain View esteve explorando novas formas de colaboração nesta semana.

Essas “capacidades únicas” para fazer coisas que não estão ao alcance de outras empresas e organizações levantam dúvidas se, no futuro, as pessoas estarão sob “estreita vigilância” do Google.

Publicidade

“Não o vejo como um ‘Big Brother’, mas seria como dizer: você prefere se mover na escuridão em uma situação perigosa ou ter os olhos abertos e a luz acessa? Acredito que estamos usando essa informação para iluminar os cantos escuros do planeta e fornecer mais conhecimento às pessoas”, explicou a diretora.

“As pessoas estão vulneráveis e não deveriam estar perante as ameaças da mudança climática, das doenças, da insegurança alimentar ou dos desastres meteorológicos. A informação está disponível para nos proteger e fortalecer”, completou Moore, que reconheceu, no entanto, que está sendo difícil adaptar as ferramentas para que as pessoas assumam o controle de seu próprio destino.

Também não se deve pensar, por isso, que a tecnologia do Google é infalível. “A ciência não é perfeita nunca, mas sempre melhora. Qual é, se não, a alternativa? Não tentar? Viver sem esse conhecimento que está disponível?”, aponta.

Outro problema surge com o acesso a esse tipo de novas tecnologias, em teoria livre para todos, mas limitado aos que sabem usá-las. “Não estamos controlando o acesso. Fazemos o possível para treinar as pessoas no mundo todo e esperamos que nossos parceiros divulguem isso através de suas próprias redes”, disse Moore.

PUBLICIDADE

O Google também recebe informações de comunidades conectadas com eles, como os indígenas da tribo Suruí, da Amazônia brasileira, que aprenderam a mapear suas terras e monitorar reservas de carbono para vendê-las no mercado.

Para Moore, amante da natureza e praticante de escalada de montanhas, a tecnologia pode ajudar as pessoas a tomarem melhores decisões, de modo que não prejudiquem o meio ambiente.

A responsável da empresa afirmou, por exemplo, que as formas de uso dos mapas digitais mudaram muito desde o lançamento do Google Earth, em 2005, que no início serviu de suporte às imagens da Força Aérea dos Estados Unidos para facilitar a resposta de emergência aos afetados pelo furacão Katrina.

Publicidade

Os aplicativos se diversificaram até o ponto de poder, segundo analistas, prever um surto de malária com adiantamento, detectar o desmatamento das flores, a desertificação e a pesca ilegal.

“Para mim é uma honra não só ter YouTube, Gmail e um motor de busca, mas também que esses mesmos computadores estejam buscando a resposta a desastres ambientais e problemas de saúde pública”, ressaltou Moore. /EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.