Google diz que Facebook não é rival

O CEO do Google, Eric Schmidt, disse que a Microsoft ainda é a principal concorrente

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Por Rafael Cabral
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Eric Schmidt anunciou no mês passado que deixaria o cargo, mas ainda foi apresentado como CEO do Google na palestra que fez na feira Mobile World Congress, em Barcelona, Espanha. Sem anúncios bombásticos, a apresentação nesta terça-feira, 15, serviu como um balanço do executivo e dos seus dez anos à frente da maior empresa de internet do mundo, que agora será comandada pelo cofundador Larry Page.

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“Ele cuidará dos produtos e eu viajarei mais a partir de agora”, brincou Schmidt, em resposta a um jornalista que perguntou porque era ele e não Page a falar pela companhia.

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Ao ser questionado sobre o mundo daqui dez anos, Schmidt disse apenas que “a feira será muito maior e o Google também”. Sobre seus rivais no mercado, o empresário descartou o Facebook (“quem usa o Facebook faz mais buscas no Google, e não acho que os modelo de negócios de anúncios personalizados deles esteja atrapalhando o nosso”) e colocou a Microsoft mais uma vez como a principal competidora.

E foi aí que Schmidt soltou a única farpa da noite. “A Microsoft tem um produto de buscas muito bom, o Bing, mas acho que os resultados das pesquisas andam um pouco bons demais. Discutimos isso em um post no nosso blog há algumas semanas”, disse, em referência à acusação da sua empresa de que o Bing copia resultados do Google.

Mobilidade

Durante a palestra, o executivo basicamente divulgou números ligados às plataformas móveis do Google e fez algumas projeções para o futuro da computação e da mobilidade. Antes da sua fala, um vídeo mostrou o crescimento do Android desde o lançamento em 2008 até hoje. A rápida evolução é mesmo impressionante: já são 107 modelos de celulares e tablets rodando Android, muitos deles expostos em um gigante pavilhão dedicado ao sistema do Google em Barcelona.

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“O primeiro objetivo dos smartphones ainda é a comunicação, seguido pela sua capacidade computacional, que é o que está nos empolgando mais no momento”, disse Schimidt. “Mas prefiro pensar nos dispositivos móveis como plataformas para conhecer novas pessoas e para ajudar que as pessoas se conectem. E o que mais me orgulha é que esse poder dos celulares e das redes móveis está mudando um paradigma, de que a informação está sempre com os ricos. Esse é um futuro para as massas. 2 bilhões de pessoas das quais nunca ouvimos falar online se conectaram por causa dos dispositivos móveis”, continuou.

“O smartphone é o novo computador. As vendas desses dispositivos passaram a de PCs na semana passada, e esse crescimento não dá sinais de parar”, disse. “Se você é um estudante ou programador saindo da faculdade, tenho um conselho: desenvolva antes para os dispositivos móveis”.

Schmidt repetiu algumas vezes que é importante que as pessoas compartilhem seus dados e os deixem públicos para que o Google possa melhorar e personalizar os seus serviços, e que esse é o futuro do modelo de negócios tanto do móvel quanto do mercado de buscas. A busca “sem busca”, baseada apenas em interesses do usuário e no GPS, foi mais uma vez citada. Mas, cauteloso, Schmidt usou a expressão “com a sua permissão” em todas as vezes que entrou no assunto dos dados privados — o que mostra seu preparo para falar em público.

“A maior parte das pessoas confia em marcas que são confiáveis. Se você oferece algo bom e as pessoas acreditam que você vai lidar bem com a informação que fornecem, elas aceitarão. Não queremos violar a privacidade das pessoas, mas dar mais opções”, afirmou, falando diretamente do assunto só durante a rodada de perguntas dos jornalistas.

+ Mobile World Congress 2011

* O repórter viaja à convite da Samsung.

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