Futuro do Firefox depende do Google?

Acordo entre buscador e Mozilla terminou em novembro, o que pode comprometer operações da Fundação Mozilla

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Por Carla Peralva
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Acordo entre buscador e Mozilla terminou em novembro, o que pode comprometer operações da Fundação Mozilla

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SÃO PAULO – Depois de o Chrome ultrapassar o Firefox como o segundo browser mais usado no mundo pela primeira vez, o poder do Google sobre a fundação Mozilla começou a ser questionado por sites especializados nos EUA que levantaram a pergunta: a nova situação vai afetar o futuro do projeto do Firefox, navegador criado e mantido por uma rede voluntária de programadores, de forma colaborativa?

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O questionamento ocorre porque a maior fonte da Fundação Mozilla vem de um acordo de buscas com o Google que chegou ao fim em novembro, o que seria uma oportunidade para o buscador tirar o concorrente do caminho do Chrome.

A questão toda gira em torno daquela barrinha de buscas que fica no canto superior direito do Firefox. Acontece que aquele é um espaço pago e o Google paga à Mozilla pelo direito de ter seu mecanismo de busca integrado àquela barrinha — algo em torno de US$ 1 por cada cópia baixada.

Segundo a Business Insider, no ano passado, a barra de pesquisa do Google correspondeu a 84% da receita de US$ 123 milhões da Mozilla, ou seja, algo em torno de US$ 100 milhões. Mas o acordo entre as empresas, que existe desde 2008, terminou em novembro. E nada oficial foi dito ainda sobre sua renovação.

Perguntada pela ZDnet sobre o assunto, um porta-voz da Mozilla afirmou: “Nosso acordo de busca com o Google continua sendo positivo para ambos. Estamos em ativas negociações e não temos nada mais a anunciar por enquanto. Temos muita confiança que as parcerias de busca continuarão a um forte e crescente gerador de renda”.

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Segundo Stephen Shankland da CNet, Mozilla e Google estão mesmo renegociando o acordo, em termos que o Google passará a dividir com a Mozilla a receita vinda da publicidade colocada ao lado dos resultados de buscas feitas através da barra do navegador.

Procurado pela Business Insider, o Google deu uma declaração considerada pelo site “terrivelmente não-comprometedora”: ”Podemos confirmar que ainda temos um acordo com a Mozilla, mas não temos nada novo para compartilhar neste momento”, disse um porta-voz da empresa.

Analistas especulam que a Microsoft poderia assumir o lugar do Google na folha de finanças da Mozilla, mas alertam que, mesmo assim, o navegador está em uma delicada situação de dependência de seus rivais. No início deste ano, a Mozilla lançou o Firefox 4 já com o Bing como ferramenta de busca opcional e, em outubro, lançou uma versão com o buscador da Microsoft como mecanismo de pesquisa padrão.

Mesmo estando na briga pelo mercado de navegadores, tanto Google quanto Microsoft parecem não ter motivos para não querer que todos os usuários do Firefox (mais de 25% do mercado mundial) deixem de ser redirecionados para seus mecanismos de busca por meio do navegador.

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