PUBLICIDADE

Ferramenta para criar contexto

Co-fundador do Storify acredita que as mídias sociais não eliminam o trabalho do jornalista

Por Vinicius Felix
Atualização:

Co-fundador do Storify acredita que as mídias sociais não eliminam o trabalho do jornalista

 Foto:

PUBLICIDADE

SÃO PAULO – Hoje todos podem ser repórteres do cotiano e divulgar o que quiserem onde quiserem com auxílio das redes sociais. Assim como é fácil notar o peso diário de informação na internet, é difícil gerenciar tanto conteúdo.  “São 400 milhões de tweets por dia, 72 horas de vídeo no YouTube por minuto e 300 milhões de fotos no Face por dia”, diz Burt Herman. Foi diante desse cenário que ele criou junto com o colega Xavier Dammano, o Storify.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook, no Google+ no Tumblr e no Instagram

O serviço, disponível ao público desde ano passado, permite que o usuário use o Facebook, Google, Twitter, Instagram e Foursquare como base de dados para com ferramentas práticas construa sua própria história, dando contexto e uma nova forma ao material encontrado- separando tweets relevantes, boas fotos e escrevendo novos textos.

No Brasil, participando do 6º MediaOn – Seminário Internacional de Jornalismo Online, Herman comparou o papel dessa forma de jornalismo com os dos curadores de museus, que devem com todo o material disponível precisam formatar uma história que seja interessante.

Sem formação em jornalismo, ele trabalhou 12 anos para a Associated Press e fazia “o que todo jornalista faz”. “Falava com pessoas, fazia anotações, participava de coletivas.” Trabalhando em regiões como o Afeganistão e o Iraque, a forma de Herman trabalhar era indo as ruas e encontrando personagens. “Então surgiram as mídias sociais.”

Para o criador do Storify, Twitter e Facebook conseguiram alterar o local onde o trabalho do jornalista pode ser feito , mas não eliminou a forma . “É preciso checar, não existe diferença. Tem que ter contatos, desconfiar de rumores. Todos podem ser repórter  nem todos são jornalistas.” Na opinião dele, as ferramentas não podem ser deixadas de lado, as informações estão ali e algumas não podem ser obtidas em outro lugar.

Publicidade

Questionado sobre o formato, ele lembra que a AP já “twittava” muito antes com as notinhas urgentes, com informação ainda não confirmada. Relacionando isso ao Twitter, Hermann diz que os jornais precisam ser mais transparentes quando twittam e devem noticiar o que ainda está em curso, deixando isso claro.

Sendo uma ferramente de contextualização, o Storify tenta contrariar a lógica de audiência, dando destaque a relevância e a história bem contada. Hermann diz que no meio da bagunça rotineira da internet, o objetivo do site é, por exemplo, encontrar a foto do dia, a imagem que merece ser levada a muitas pessoas.

O Storify não armazena material nenhum, todo material ali é o que está público nas redes sociais. Com pouco mais de um ano, o site ainda não temmodelo de negócio. “O futuro talvez seja negociar com os grandes editores formas de vender ferramentas exclusivas, contar com publicidade e financiadores.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.