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FBI acusa Coreia do Norte de invadir Sony Pictures

Casa Branca começou a tratar o caso como parte de segurança nacional; para FBI, equipe de hackers era mandada pela Coreia do Norte

Por Redação Link
Atualização:
 

Cláudia Trevisan, correspondente

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WASHINGTON – O FBI acusou hoje a Coreia do Norte de ser responsável pelo cyber ataque à Sony Pictures, um dos mais destrutivos já realizados contra uma grande empresa em todo o mundo. Depois de invadiram o sistema da empresa em outubro, os hackers revelaram uma série de informações confidenciais, incluindo salários de altos executivos, filmes e projetos inéditos e e-mails privados nos quais funcionários do estúdio faziam comentários depreciativos em relação a celebridades de Hollywood.

Nesta semana, a Sony sucumbiu à principal exigência dos autores dos ataques e cancelou o lançamento do filme A Entrevista, uma sátira na qual dois jornalistas são encarregados pela CIA de assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-un. A missão é bem sucedida e a morte do ditador é mostrada de maneira espetacular, no que seria a primeira grande produção a apresentar o homicídio de um dirigente vivo.

A Casa Branca está tratando o caso como uma questão de segurança nacional, disse o porta-voz do presidente Barack Obama, Josh Earnest. Na indústria cinematográfica, a decisão da Sony foi criticada como um ato de autocensura diante de ameaças atribuídas a um regime totalitário.

O governo norte-coreano não gostou do humor mostrado em A Entrevista e prometeu reagir “sem misericórdia”, caso o título fosse lançado. “Realizar e distribuir um filme que mostra um ataque contra nossa mais alta liderança é o mais descarado ato de terrorismo e guerra e não será tolerado de nenhuma maneira”, disse a agência de notícias norte-coreana em junho.

Apesar das ameaças, a Sony manteve inicialmente os planos de lançamento de A Entrevista, que deveria chegar às telas de cinema no dia 25 de dezembro, data em que ocorrem muitos dos grandes lançamentos nos Estados Unidos. Sua posição mudou depois que uma das mensagens do grupo responsável pelos ataques fez referência aos atentados terroristas de 11 de setembro de 2011.

“Essa é o maior golpe à liberdade de expressão que provavelmente vi em minha vida”, disse o senador republicano John McCain em entrevista a uma rádio do Arizona. Em sua opinião, o ataque é equivalente a um ato de guerra e merece uma resposta à altura. “Nós temos uma grande capacidade cibernética e precisamos começar a utilizá-la.” A revista Variety estimou em US$ 75 milhões as perdas da Sony com o episódio.

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O ataque à rede de computadores do estúdio foi realizado por um grupo autointitulado “Guardiões da Paz”. Em nota, o FBI disse ter comprovado semelhanças entre o ataque e outros promovidos pelo governo da Coreia do Norte. Os invasores roubaram inúmeras informações de propriedade da Sony e comunicações confidenciais de seus funcionários. Além disso, milhares de computadores se tornaram inoperantes e toda a rede do estúdio teve que ser tirada do ar.

Segundo o FBI –que é a Polícia Federal americana- o episódio demonstra que a ameaça cibernética “é um dos maiores perigos de segurança nacional” para os Estados Unidos. “Embora o FBI tenha visto um número variado e crescente de invasões cibernéticas, a natureza destrutiva desse ataque, associada a seu caráter coercitivo, o diferencia (dos demais)”, afirma a nota.

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