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Jovem famoso por divulgar pornografia de vingança pegará até sete anos na prisão

No Brasil, projetos em tramitação preveem pena de até um ano para quem divulgar imagens íntimas sem autorização

Por Agências
Atualização:
 

LOS ANGELES – Um homem que publicou fotos explícitas de mulheres em um site criado por ele e voltado a divulgar “pornografia de vingança” aceitou culpa em acusações sobre invasão de contas de e-mail e roubo de identidade, disseram promotores norte-americanos.

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O acordo entre Hunter Moore, 28 anos, e procuradores federais acontece quase três anos depois que a BBC News apontou Moore como “o homem mais odiado da Internet” e reportou que ele era conhecido por publicar o nome completo e localização das pessoas cujas fotos eram divulgadas em seu site.

A “pornografia de vingança”, que envolve a publicação de fotos de mulheres ou homens sem seu consentimento na Internet em situações íntimas, algo normalmente feito por ex-parceiros, atraiu a atenção de parlamentares de diversos Estados dos EUA que aprovaram legislações para dar fim à prática.

Moore, como outros empreendedores da vingança pornô, publicou fotos de mulheres e algumas de homens, enviadas por ex amantes, mas foi mais adiante ao pagar um hacker para acessar contas de email ilegalmente para obter mais fotos de nudez para o site.

Ele concordou confessar culpa nas acusações de invasão de computadores e roubo de identidade e agora enfrenta sentença de prisão de dois a sete anos, de acordo com acordo arquivado em um tribunal federal, em Los Angeles.

Charles Evens, homem o qual promotores afirmam ter sido pago para invadir as contas de email, ainda enfrenta acusações de invasão de sistemas eletrônicos e conspiração e vai à julgamento em março.

Moore está agendado para ir ao tribunal em 25 de fevereiro, mas a audiência deve ser adiada para março, segundo informou um porta-voz dos promotores federais. Tanto Moore quando Evens foram presos em janeiro em uma investigação conduzida pela polícia federal norte-americana (FBI).

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Brasil

Por aqui, um projeto de lei de 2013, de autoria do senador e ex-jogador Romário (PSB-RJ), foi recentemente aprovado em uma Comissão da Câmara e deve seguir para o Senado com termos que mudam o Código Penal e torna crime “a conduta de divulgar fotos ou vídeos com cena de nudez ou ato sexual sem autorização da vítima”. A pena pode ser de até um ano.

Junto com o projeto, corre outro PL, de autoria do deputado João Arruda (PMDB-PR), que altera a Lei Maria da Penha e cria “mecanismos para o combate a condutas ofensivas contra a mulher na Internet ou em outros meios de propagação da informação”.

Segundo a jurista e pesquisadora do InternetLab, Mariana Valente, com a existência de leis que especificam o crime, a divulgação de conteúdo íntimo sem autorização pode ter uma punição maior que atualmente. “Como vejo, a forma de punir é por crimes contra a honra, injúria e difamação. Mas se considerar que o crime se enquadra também como violência doméstica ou contra a mulher, pela Maria da Penha, essa pena pode ser agravada.”

Entre recursos legais sobre o tema, há ainda a lei conhecida como “Lei Carolina Dieckmann“, aprovada em 2013, que torna crime a invasão de computadores e a divulgação de dados sem autorização; e o Marco Civil da Internet, aprovado em 2014, que acelera a remoção desse tipo de conteúdo, prevendo punição a provedores de conteúdo que não removerem imagens e vídeos contendo “cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante ou seu representante legal”.

/com Reuters

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