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Expansão da banda larga vai demorar mais

Presidente da Telebrás, Rogério Santanna, admite que dificilmente empresa cumprirá meta de levar banda larga a 1.163 municípios neste ano

Por Agências
Atualização:

O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, admitiu nesta quarta, 27, que dificilmente a estatal cumprirá as metas estabelecidas para o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Segundo ele, a meta fixada inicialmente, de cobertura de 1.163 municípios em 2011, estava condicionada à assinatura dos contratos para uso da rede de fibras óticas da Petrobras e Eletrobras até 31 de dezembro de 2010, o que não ocorreu.

A expectativa, segundo o executivo, é que a assinatura ocorra até o fim do mês ou “no mais tardar” até o início de maio. Outra pendência, segundo dele, é a autorização do uso dessas redes para banda larga ela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

 

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Diante desse atraso, a meta foi reduzida para 800 municípios, mas com o contingenciamento de recursos da estatal, o número de cidades contempladas poderá ser novamente diminuído. Se for liberado o montante de R$ 1 bilhão por ano, conforme informou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na semana passada, contudo, Santanna admite que poderá voltar ao patamar de 800 municípios. A capacidade máxima de atendimento dos fornecedores que prestarão serviços para a estatal é de 150 municípios por mês, segundo Santanna.

Do orçamento pleiteado de R$ 600 milhões pela Telebrás em 2010, só foram autorizados R$ 316 milhões, que ainda assim não foram descontingenciados, segundo Santanna. Para 2011, da proposta de R$ 400 milhões, o Congresso Nacional só liberou R$ 226 milhões, mas só R$ 50 milhões foram descontingenciados, informou o executivo. O caixa da estatal, segundo Santanna, é de R$ 280 milhões. O presidente da Telebrás participou de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.

Santanna afirmou ainda que está descartada para este ano a mudança de governança pretendida pela empresa, que fará com que ela passe a integrar o Novo Mercado da BM&FBovespa. Segundo o executivo, para que isso ocorra, ”depende de a empresa ser rentável”.

Revisão. Também nesta quarta, o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, admitiu que o plano para a chegada da Telebrás a 1.163 municípios até o fim do ano deve ser revisto, diante do plano de contingenciamento do governo e do atraso em contratos de uso de rede. Ele ressalta, no entanto, que a meta vai ser cumprida, mesmo que com atraso, e que está mantida a previsão de 2014, previamente anunciada para 4.278 municípios.

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“Esse plano provavelmente vai ter que ser refeito, por conta do tempo que levamos para fazer contratos de uso das redes dos sistemas Petrobras e Eletrobras. Também tivemos algumas questões de contingenciamento orçamentário”, afirmou no evento de comunicações Rio Wireless, realizado no Rio de Janeiro.

No entanto, Alvarez lembrou que a presidente Dilma Rousseff estabeleceu como prioridade a aceleração do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e estabeleceu, na semana passada, um orçamento de R$ 1 bilhão ao ano para a Telebrás.

“Se isso (liberação da verba) já for possível neste ano, a readequação (da meta) dos 1.163 municípios cai por terra. Mas não sei como será a liberação do fluxo”, disse.

Segundo ele, foi estabelecida uma nova data para o anúncio do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) para 30 de junho. O último prazo vigente ia até 2 de maio, na semana que vem.

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Segundo ele, foi necessário adiar o prazo especialmente por conta da exigência da presidente que fosse elevado o piso do acesso fornecido de conexão de 600 kilobits por segungo (Kbps) para 1 megabit por segundo (Mbps).

“A presidenta considerou insatisfatória a negociação que vínhamos fazendo (de 600 kbps)”, disse. “Foi estabelecido um novo prazo, pois a demanda do governo com as concessionárias é superior à que estava na mesa”.

De acordo com ele, o governo ainda não teve contato com as empresas privadas depois do anúncio de Dilma, portanto, não tem resposta sobre como elas reagiram à mudança nas negociações.

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A proposta inicial do governo era promover conexão por R$ 35, sendo R$ 29 para os estados que aceitarem abrir mão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Agora, o governo tenta também reduzir o valor a R$ 15 mensais, negociando com isenções fiscais e outros incentivos às empresas.

/ Karla Mendes e Sabrina Valle (AGÊNCIA ESTADO)

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