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Eletrônicos vestíveis já são realidade

Com queda nas vendas de PCs e smartphones, fabricantes veem nos aparelhos ‘para vestir’ uma nova categoria de produto

Por Redação Link
Atualização:

Com desaceleração das vendas de computadores e smartphones no mundo, fabricantes grandes e pequenos já veem nos aparelhos ‘para vestir’ uma nova categoria de produto; óculos do Google são considerados a principal novidade que vai redefinir o setor

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Aline Ridolfi Especial para o ‘Estado’

NOVA YORK – Os óculos do Google só serão lançados comercialmente no ano que vem, mas seu impacto já é sentido na indústria de tecnologia. Em um momento em que as vendas de smartphones e computadores desaceleram, fabricantes grandes e pequenos começam a desenvolver eletrônicos que podem ser “vestidos”, inaugurando uma nova categoria para estes setores tão dependentes de inovação tecnológica.

Esse movimento foi observado durante a Wearable Tech Expo (Exposição de Tecnologia Vestível), realizada há duas semanas em Nova York (EUA). Com cerca de 30 palestrantes, a conferência deu ideia do tipo de computador “vestível” que pode chegar ao consumidor.

O que antes parecia filme de ficção científica está mais próximo do que pensávamos. Muitos dos produtos apresentados na feira visavam a saúde e o bem-estar. Entre eles, estava o M-SporTracker, uma faixa para o braço que monitora o batimento cardíaco durante a atividade física. Associado a um aplicativo, ele armazena os dados coletados para futura avaliação.

Seguindo a mesma linha, outro destaque da feira foi o aparelho Shine, apresentado pela Misfit Wearables, cujo fundador vem ao Brasil este mês. Assim como outros monitores de atividade, as informações coletadas são transferidas para um aplicativo.

 

“As tecnologias vestíveis ainda estão sendo moldadas, mas já representam um enorme potencial para o mercado”, diz Rich Tehrani, presidente da Wearable Tech Expo.

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O setor de tecnologia vestível ainda é incipiente, mas a previsão é de que movimente US$ 4,6 bilhões neste ano, de acordo com um estudo da consultoria britânica Visiongain. Entre os aparelhos citados pelo estudo, estão relógios inteligentes, sensores que geram relatórios sobre saúde, dispositivos para medir o desempenho de exercícios físicos e óculos de realidade aumentada, como o Google Glass.

Segundo o relatório, os óculos do Google devem “redefinir” o mercado de vestíveis e a Apple deve ser seu maior rival, com um possível relógio eletrônico que se conecta ao iPhone. “Acreditamos que o mercado de tecnologia vestível seguirá o mesmo paradigma que os smartphones e tablets, e que nos próximos cinco anos esses aparelhos terão um crescimento explosivo”, diz a consultoria.

Um outro estudo da empresa de pesquisas MarketsandMarkets prevê que as vendas desses produtos devem crescer 30,4% ao ano e vão a movimentar US$ 8,3 bilhões até 2018.

Versátil. Os aparelhos são vestidos como roupas e interagem diretamente com o corpo dos usuários. Por isso, eles têm sido uma tecnologia versátil, aberta a novas experimentações.

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Um dos setores que mais avançam é o de produtos esportivos. A Nike, por exemplo, tem investido neste tipo de tecnologia e uma das apostas da marca são os eletrônicos vestíveis, como a pulseira FuelBand.

O aparelho é uma espécie de relógio que registra a atividade física diária e alerta, por meio de avisos luminosos, se o usuário está se movimentando o suficiente. Um site e um aplicativo analisam as informações de forma que o usuário compreenda melhor suas atividades físicas. “Nós queríamos achar um jeito de manter as pessoas motivadas e ativas”, diz o vice-presidente de esporte digital da Nike, Stefan Olander.

Outro mercado impulsionado pelo crescimento das tecnologias vestíveis é o dos aplicativos. Como a maioria dos produtos serve para captar dados, nada mais natural do que o desenvolvimento de programas para smartphones que analisem as informações.

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Especialista em criar aplicativos para óculos inteligentes, a SilicaLabs é a responsável pelo GlassFit, um software para o Google Glass que sugere rotinas de exercícios físicos. Além do aplicativo, a empresa criou também o SimpleWing, software gratuito de criação de apps para os óculos do Google. Quem aproveitou o lançamento para se inserir neste mercado em expansão foi a National Geographic, que criou um aplicativo que oferece imagens e manchetes de suas publicações digitais.

Ficção. A computação vestível tem servido de inspiração para projetos experimentais que beiram a ficção científica. A Innovega, empresa norte-americana que desenvolve dispositivos vestíveis, apresentou no início deste ano um protótipo de lentes de contato de realidade aumentada – a iOptik.

Associadas a uma armação de óculos, as lentes aplicam camadas de informação sobre a visão. Ainda sem previsão de lançamento, esta tecnologia promete ser melhor do que a desenvolvida pelo Google.

O projeto se assemelha à história do curta-metragem futurístico Sight, que retrata um personagem que usa uma lente de contato inteligente do tipo. Tudo é feito através das lentes. Ao cortar um legume, a lente projeta o tamanho exato dos pedaços que ele precisa cortar. Ao sair para um encontro romântico, ele puxa dados de redes sociais sobre seu par. Há um ano, quando o filme foi lançado, tecnologias assim pareciam distantes, mas hoje já estão mais próximas da realidade./Colaborou Filipe Serrano

—-Leia mais:Avaliação: Nada mais escapa aos olhos – e às lentes – com o Google GlassÓculos do Google elevam receio com privacidadeEntrevista: ‘A maioria dos produtos ainda não é usável‘ • Link no papel – 5/8/2013

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