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Diário da SXSW 2016: empatia tem limite

Em voga na feira do Texas, realidade virtual pode ser utilizada para criar empatia sobre a vida dos outros – mas até mesmo isso tem suas limitações

Por Redação Link
Atualização:

AP

 

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Marcelo Moraes*

O SXSW chama a atenção por diferentes razões. Uma delas é que o festival atrai tantas empresas diferentes, que elas próprias convidam seus clientes, trazem especialistas e montam programações paralelas. Restaurantes e salas de hotéis viram espaços para ainda mais conversas, trocas de ideias e novas oportunidades de negócios.

Voltando para a programação oficial, um momento aguardado e que deixa os novos empreendedores participantes bastante apreensivos é a premiação SXSWAccelerator, que reconhece as mais inovadoras tecnologias online. Em sua oitava edição, o Accelerator tem nove categorias e eu acompanhei a final das empresas de realidade virtual, vencida pelo Splashgetsplashapp.com), aplicativo que permite ao usuário captar vídeos em 360 graus com seu celular, compartilhar nas redes sociais e assistir com diversos equipamentos de realidade virtual.

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Na recorrente discussão sobre a evolução da tecnologia e o que se pode esperar da inteligência artificial, Rodney Brooks, ex-diretor do MIT Artificial Intelligence Lab e atual chairman da Rethink Robotics fez coro com o que foi dito nos dias anteriores: o desenvolvimento da tecnologia será cada vez mais ligado à solução dos problemas das pessoas, sempre de forma amigável e fácil.

E num outro campo que desperta bastante atenção, identificação de tendências, Rohit Bhargava, professor de marketing na Georgetown University falou como sobre encontrar novo padrões que podem se tornar as tendências. A essência, segundo ele, é se manter atento e acompanhar tudo o que acontece no dia-a-dia com muita atenção e começar a conectar reportagens, artigos, assuntos que as pessoas falam, novos comportamentos etc. A partir daí o trabalho é reunir pontos que comecem a ter uma relação clara, entender a tendência, dar um nome e divulgar.

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Empatia virtual, por exemplo, é um assunto apontado pelo autor e ligado à realidade virtual, que possibilita que homens e mulheres experimentem as sensações de outras pessoas ou animais em determinadas situações. No final da história, o experimento aumenta a proximidade entre eles. O exemplo utilizado, bastante incomum, é o de pessoas que passaram pela mesma experiência de uma vaca num abatedouro. No final da história, quem participou do experimento se mostrou mais sensível aos animais, embora ninguém tenha dito que ia parar de comer carne. Empatia tem limite.

*Marcelo Moraes é diretor de marketing publicitário do Grupo Estado.

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