CES 2016: Netflix chega a mais 130 países nesta quarta-feira

Anúncio foi feito durante apresentação na CES 2016, em Las Vegas; China e Coreia do Norte ainda estão fora do serviço

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Por Bruno Capelas
Atualização:

Reuters

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Las Vegas - O serviço de streaming de vídeo Netflix acaba de anunciar, durante apresentação para imprensa na CES 2016, em Las Vegas, que lançou seus serviços em mais 130 países. “Estamos agora em todos os lugares do mundo, menos na China – onde esperamos chegar em breve”, disse o presidente-executivo da empresa, Reed Hastings, durante o evento na manhã desta quarta, 6, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Até agora, o serviço de streaming estava disponível em 60 países.

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“Vocês estão vendo o nascimento da TV global”, disse Hastings, que destacou a chegada da Netflix a mercados de peso como Rússia, Índia, Cingapura e Arábia Saudita. Segundo a empresa, China, Coreia do Norte, Crimeia (região da Ucrânia) e Síria não terão acesso ao serviço. O motivo é a restrição dos governos locais a empresas americanas.

O anúncio dá continuidade ao plano de expansão global feito pela Netflix nos últimos anos. Após o lançamento do serviço de streaming em 2007, a Netflix iniciou seu processo de expansão começando pelo Canadá, depois América Latina, Europa, Austrália, Nova Zelândia e Japão. De acordo com a companhia norte-americana, mais de 42,5 bilhões de horas de vídeo foram transmitidas pelo serviço em 2015 – 12 bilhões apenas no último trimestre do ano passado.

De acordo com a empresa, o serviço chega em inglês na maioria desses países. Até agora, o Netflix está disponível em 17 idiomas e, com o anúncio, vai lançar conteúdo em árabe, coreano e chinês simplificado e tradicional. A empresa planeja adicionar novos idiomas ao longo dos próximos meses. “A partir de hoje, vamos ouvir e aprender com nossos novos assinantes, adicionando gradualmente mais idiomas, mais conteúdo e mais maneiras de levar a Netflix até as pessoas”, disse Hastings.

Além de anunciar a expansão de seu serviço, a Netflix também mostrou que continua comprometida com sua estratégia de produzir conteúdo original. A empresa anunciou o lançamento de duas novas séries de TV. A primeira delas será chamada de The Crown e será sobre a rainha Elizabeth II. A outra série prevista é The Get Down, dirigida pelo australiano Baz Luhrmann, sobre o nascimento do hip-hop e do grafitti na Nova York dos anos 80.

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“Queremos ter os melhores criadores de histórias do mundo conosco”, disse o diretor de conteúdo da empresa Ted Sarandos. Segundo ele, a empresa investe na produção de conteúdo em diversos países, como Gana, Camboja, Canadá e Itália, além do Brasil, como forma de oferecer conteúdo local em vários países onde atua. No Brasil, a série de ficção científica 3%, estrelada pelo ator João Miguel, vai estrear em 2017 na plataforma de vídeo sob demanda.

Verde-amarelo. “O Brasil pode estar passando um momento ruim na economia, mas estamos muito felizes em ser parte da sociedade brasileira e investir em produções locais”, disse Hastings. Para o executivo, a experiência da empresa no País será útil para entender o mercado dos 130 países em que o serviço acaba de ser lançado. “O Brasil nos ensinou muito sobre lidar com consumidores, e queremos reproduzir isso em outros países.”

O Brasil também esteve presente no evento com o ator Wagner Moura, recentemente indicado ao Globo de Ouro de melhor ator por sua atuação na série Narcos, que conta a história do traficante colombiano Pablo Escobar e é 80% falada em espanhol. À vontade, o ator destacou o sucesso da atração nos EUA – um mercado não acostumado a assistir programas com legendas. “Fiquei muito surpreso ao ver o sucesso da série nos EUA”, disse o ator, que disse assistir séries americanas para aprender a falar inglês.

Qualidade. Há dois anos, a Netflix veio à CES para anunciar que começaria a produzir filmes e séries com resolução Ultra HD ou 4K. Ela equivale a quatro vezes a resolução Full HD, encontrada na maioria dos televisores à venda no mercado. Hoje, a empresa alega ser a maior produtora de vídeo com essa resolução em todo o mundo.

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“Para os próximos anos, a meta é melhorar a qualidade de áudio e vídeo dos nossos serviços”, disse Hastings. Fundador da Netflix em 1997, Hastings falou sobre a importância da evolução da tecnologia ao longo dos últimos tempos. “A internet demorou dez anos para conseguir ter qualidade para fazermos streaming”, destacou o presidente-executivo do Netflix.

A empresa diz ter mais de mil engenheiros trabalhando para melhorar sua capacidade de compressão, e declarou que, até o final do ano, terá suas transmissões compatíveis com a tecnologia HDR (High Dynamic Range), presente na maior parte das televisões anunciadas durante a CES 2016.

Durante coletiva de imprensa após o evento, Reed Hastings disse ainda ter muito interesse na área de realidade virtual – a empresa hoje tem um aplicativo disponível para o Oculus Rift que permite aos usuários assistir qualquer filme ou série de TV em seus óculos de realidade virtual, como se estivesse na sala de casa. “Estamos experimentando ainda, mas não temos nenhum conteúdo específico sendo desenvolvido em realidade virtual”.

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