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Censura do YouTube é 'decepcionante'; diz EFF

Para entidade de defesa da internet livre, a decisão de bloquear o vídeo que insulta Maomé pode provocar mais censuras

Por Vinicius Felix
Atualização:

Entidade criticou o bloqueio parcial ao vídeo que insulta Maomé; Google negou apagar o vídeo definitivamente

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SÃO PAULO – A Electronic Frontier Foundation, entidade defensora da internet livre, criticou a decisão do Youtube em bloquear o vídeo A Inocência dos Muçulmanos na Líbia e no Egito, após represálias nas embaixadas americanas dos dois países.

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O alvo principal do texto, assinado por Eva Galperin, é atitude de censura ter partido do próprio site. “É decepcionante ver o Youtube virar as costas para políticas que permitiram que ele se tornasse uma plataforma forte para a liberdade de expressão”, diz em um trecho.Galperin argumenta que a decisão tomada é melhor do que acabar sofrendo uma censura completa por parte do país, como aconteceu no Afeganistão, mas ainda sim não considera essa desculpa suficiente. “A culpa da violência não é do vídeo, mas de quem cometeu o crime”.

O Google defendeu sua posição afirmando que trabalha para poder criar um comunidade livre, considerando a dificuldade em saber o que funciona bem em um país e não em outro. “Esse vídeo – que é amplamente disponibilizado na internet – respeita claramente as nossas diretrizes e portanto continuará no YouTube. Entretanto, dada a dificuldade da situação na Líbia e no Egito, bloqueamos temporariamente o acesso em ambos os países”, disse o Google em comunicado.

A Casa Branca havia pedido ao Google para reconsiderar a sua decisão, e remover o vídeo definitivamente do YouTube. A empresa negou.

A questão é delicada. No início deste ano, o Twitter avisou que poderia bloquear o acesso a tweets em alguns países, deixando-os visíveis no resto do mundo. A EFF criticou. Mas, para a diretora do Center For Technology Democracy, faz parte de seu papel. “Empresas de tecnologia têm a responsabilidade de desafiar leis que violam direitos humanos, minimizar os possíveis danos a eles que podem surgir de seus negócios e trabalhar com a sociedade civil e outras instâncias para mudar leis locais ruins onde isso for possível”, disse ao Link a diretora do instituto, Cynthia Wong, na época.

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(com REUTERS)

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