Banco de dados causa polêmica no Reino Unido

Governo britânico quer que empresas como o Google tomem conta de um registro de usuários para ajudar no combate ao terrorismo

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Por Agências
Atualização:

O órgão britânico de proteção à privacidade dos cidadãos advertiu o governo contra a tentativa de encomendar ao Google a gestão de um novo banco de dados destinado a facilitar ações antiterrorismo.

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O Ministério do Interior quer que o Google e outros provedores de serviços armazenem durante um período mínimo de doze meses o registro de todas as comunicações, incluindo mensagens de texto e atividades no Facebook, no Twitter e no Skype, informou nesta segunda, 8, o jornal The Times.

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Mas segundo Christopher Graham, comissário de Informação encarregado de garantir a privacidade, seria um erro colocar toda a gestão desses dados nas mãos de uma empresa como o Google, acusada de ter violado leis de proteção de privacidade com os carros do Street View, que coletaram informações de usuários de redes Wi-Fi abertas.

O governo do primeiro-ministro David Cameron quer criar um registro de todas as comunicações privadas, cumprindo uma sugestão da polícia e dos serviços de segurança britânicos, que consideram a medida imprescindível para combater o terrorismo e o crime organizado.

Mas a coalizão entre conservadores e liberais democratas tem se oposto aos planos do anterior governo trabalhista de criar um banco de dados central do governo, e decidiu que empresas privadas ficariam responsáveis pela gestão dessa central.

As empresas ficariam obrigadas a armazenar um registro do uso da internet e de telefones dos cidadãos, ainda que não tenha acesso ao conteúdo das chamadas ou mensagens.

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Segundo o órgão regulador, o governo terá de demonstrar uma justificativa para a medida projetada.

“Qualquer um que acredite que provedores de serviços vão resolver o problema, não sabe o que ocorreu com o Google”, critica Graham, em entrevista ao The Times.

O comissário de Informação britânico acusou o Google na semana passada de violar leis com o Street View, por coletar informações pessoais, como e-mails e senhas de usuários.

Graham, que foi jornalista da BBC, foi nomeado no ano passado para ser o “guardião” da privacidade dos cidadãos. Ele disse que examinaria as práticas do Google e levaria a empresa aos tribunais, ou multaria em até 578 mil euros, caso a empresa voltasse a cometer o erro.

Segundo ele, o público ainda não tem consciência dos riscos à privacidade que estas medidas representam, e os cidadão têm de se proteger mais na internet.

De acordo com o comissário de Informação, o combate ao crime alegado pelo governo não é “por si só uma justificativa suficiente” para responsabilizar empresas como o Google pelo armazenamento dos dados de seus clientes.

/ EFE

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