EUA processam Apple por preço de e-books

Governo americano promove ação antitruste contra suposta combinação de preços; Amazon comemorou decisão

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Por Redação Link
Atualização:

Governo americano promove ação antitruste contra suposta combinação de preços; Amazon comemorou decisão

 

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SÃO PAULO – A Apple e algumas das maiores editoras americanas foram acusadas pelo governo dos Estados Unidos de combinarem preços de e-books, fazendo o consumidor pagar mais, de acordo com queixa apresentada nesta quarta-feira, 11.

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“A Apple facilitou os esforços das editoras para acabar com a concorrência no preço do varejo, coordenando a adoção de um modelo por todas as varejistas”, de acordo com a queixa, em uma divisão antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, na corte federal de Manhattan.

Entre as editoras estão Hachette, Simon & Schuster, HarperCollins, MacMillan, Penguin e Pearson. As três primeiras fizeram um acordo, o que acena com a possibilidade de uma queda nos preços dos livros num futuro próximo. MacMillan e Penguin ficaram de fora.

Segundo o New York Times, a ação descreveu cenas de executivos de editoras se encontrando em restaurantes caros onde conspiraram com a Apple para limitar a competição de preços dos e-books. Isso teria levado “consumidores a pagar dezenas de milhões de dólares a mais por e-books”.

A investigação começou há dois anos como reação ao que o governo entendeu como prática ilegal. Na época, as editoras adotaram uma política de preços para e-books. Com ela, estabeleciam os preços dos livros eletrônicos e o varejista recebia uma comissão. Bem diferente do modelo usado com livros de papel. Neste, as editoras recebem dos varejistas cerca de metade do preço de capa de um livro. As lojas tinham então liberdade para fixar o preço final de venda.

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Com os entendimentos, as editoras agora são obrigadas a encerrar seus contratos de e-books com a Apple ou qualquer outro varejista. Por dois anos, também estarão proibidas de restringir a opção de um varejista de conceder descontos a e-books.

A Amazon tem grandes chances de baixar seus preços de e-books como reflexo dos acontecimentos do dia, publicou o New York Times. Um porta-voz da empresa disse que o acordo “é uma grande vitória para proprietários de Kindle. Estamos ansiosos em poder logo baixar preços de mais livros para o Kindle”, se referindo ao leitor de e-books da varejista.

Editoras e o Authors Guild, entidade que representa escritores, lamentaram a decisão por entenderem que isso deixa o campo livre para a Amazon consolidar seu monopólio na venda de e-books ao poder oferecer preços muito baixos. O escritor Scott Turow, presidente da associação Author’s Guild, disse que o Departamento de Justiça estava “em vias de matar a competição real para salvar a competição aparente. Isso seria trágico para todos nós que valorizamos livros e a cultura que eles apoiam”.

/ COM INFORMAÇÕES DA REUTERS

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