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Análise: Um à frente; dois para trás

O iPad é, sem dúvida, um produto revolucionário: ele transforma uma geração de produtores de conteúdo em consumidores. Jovens que nunca compraram um CD na vida gastam dezenas de dólares diariamente em aplicativos para seus iPhones, e com uma tela de 9,7’’, o iPad leva essa experiência ao próximo nível.

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Por Redação
Atualização:

Seu maior problema é ignorar boa parte dos avanços tecnológicos da última década em uma clara estratégia. Não tem câmera, quando até os iPods já tem. Não tem saída USB, apenas sincroniza com o iTunes os formatos autorizados pela Apple (PDF e vídeos em 1080p estão vetados).

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Depois de causar frisson com o anúncio do tablet, a Apple ainda espera repetir o feito pelo menos mais duas vezes: no fim de abril, com o lançamento do iPad 3G, e na próxima versão do tablet, que deve responder às principais críticas ao aparelho. A estratégia, apesar de lucrativa, faz que consumidores mais afoitos paguem mais caro por um produto que já chega às lojas defasado. É como comprar uma coleção de DVDs de um seriado que ainda não acabou: para se manter atualizado, em menos de um ano você acaba se vendo obrigado a comprar tudo de novo.

As maiores vantagens do iPad já são conhecidas desde o iPhone, como o sensor de movimento e o eficiente multitoque do aparelho. A chegada de novos tablets ao mercado deve obrigar a Apple a afrouxar um pouco as limitações do iPad – a segunda geração pode nos dar um aparelho verdadeiramente revolucionário, com Flash, chamadas em vídeo e multitarefa. Enquanto o iPad for apenas um meio maior e mais simples de acessar a web e as lojas da Apple, seu preço – quase o mesmo de um bom notebook – não justifica o investimento.

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Reportagem publicada na versão impressa do caderno Link de 12/04/2010

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