Alibaba busca parcerias para crescer no Brasil

Com 2,5 milhões de usuários no País, e-commerce chinês quer chamar a atenção de empreendedores de pequeno e médio porte

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Por Matheus Mans
Atualização:

Reuters

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A gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba enxerga no Brasil a grande oportunidade de firmar sua presença na América Latina. Com mais de 2,5 milhões de usuários no País, a companhia está investindo em parcerias locais e pode abrir em breve um escritório brasileiro para centralizar suas ações na região. Para a empresa, o continente é estratégico em seu plano para crescer fora da Ásia e conquistar a liderança do líder do e-commerce global – posto que hoje pertence à Amazon.

Oficialmente, a Alibaba chegou no País em 2014, por meio do AliExpress — site de compras da empresa voltado para o varejo — e com o Alibaba.com, para vendas em atacado. Em pouco tempo, as duas empresas se popularizaram, fazendo com que os olhos de Jack Ma, fundador da companhia, brilhassem e vissem o Brasil como um potencial foco de crescimento.

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Os sites tiveram bom desempenho no ano passado: segundo dados divulgados pela empresa, o AliExpress registrou mais de 18 mil novos usuários por dia no País em 2015. Já o Alibaba.com, no atacado, não decepcionou, registrando crescimento de 20% em número de usuários brasileiros no ano passado, na comparação com 2014.

“O Brasil é o quarto maior país em número de usuários dentro da plataforma Alibaba.com”, comenta o líder de marketing e desenvolvimento de negócios da companhia para a América Latina, Alexander Tsai, ao Estado. “O País vive um momento de interesse pelo e-commerce, crescendo para o atacado e já maduro para o varejo.”

Empreendedores. Para manter o crescimento e elevar os níveis do Alibaba.com, o site de atacado foca em parcerias com empreendedores brasileiros de pequeno e médio porte. Na última semana, Tsai esteve no Brasil e participou da Feira do Empreendedor, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP). A ideia é conseguir capacitar novos empreendedores para a dinâmica proposta pela Alibaba em seus sites.

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Hoje, os artigos brasileiros mais exportados nas plataformas da empresa chinesa são os de vestuário, alimentação e bebidas típicas – como cachaças e cervejas artesanais. “Comércio exterior é uma oportunidade para pequenas e médias empresas”, comenta Tsai. “Você consegue ter parceiros do mundo todo. Além disso, abre um porta para as pessoas comprarem produtos em um mercado com maior competitividade.”

A lógica das parcerias é simples: os dois sites da chinesa no Brasil dependem do cadastro de empreendedores, que realizam transações diretas com o consumidor final, colocando seus produtos à venda no Alibaba.com e no AliExpress. Quanto mais capacitados estiverem os vendedores, mais usuários e maior faturamento a Alibaba terá.

Oportunidade. Segundo Tsai, nem a crise econômica que afeta Brasil e China atrapalha a expansão da empresa. Com os problemas econômicos, mais pessoas começaram a procurar alternativas para vender seus produtos, como é o site da Alibaba para varejo ou atacado. “A crise é uma oportunidade. Nosso público alvo são as empresas que precisam de capacitação para ter recursos para vendas internacionais”, comenta. “O uso de comércio eletrônico deve complementar os canais tradicionais para o negócio.”

Com as parcerias, a Alibaba também pode, no longo prazo, reduzir a sensação de seus clientes de que as compras realizadas no site demoram a chegar. Outro passo para isso é a instalação de um escritório no País – boato que circula com força há alguns meses.

“Estamos estudando ter um escritório no Brasil”, admite Alexander Tsai. “Podemos aprofundar mais o investimento no mercado brasileiro, facilitando a realização de negócios locais”, afirma o executivo.

Atualmente, a Alibaba possui escritórios na China, Estados Unidos, Londres e Milão – os dois últimos foram abertos recentemente, ampliando a expectativa de que a companhia chinesa estaria de fato prestes a abrir suas portas também em solo brasileiro.

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