PUBLICIDADE

E3: Além dos consoles

Novidades da Electronic Entertainment Expo 2012 conectam consoles a redes sociais, smartphones, tablets e TVs

Por João Coscelli
Atualização:

Novidades da Electronic Entertainment Expo 2012 conectam consoles a redes sociais, smartphones, tablets e TVs

 

PUBLICIDADE

SÃO PAULO – Enquanto a Nintendo saiu na frente na corrida da nova geração de consoles com o Wii U, Microsoft e Sony, as outras duas maiores fabricantes no setor, apresentaram na Electronic Entertainment Expo (E3), que aconteceu no início da semana passada, em Los Angeles, novas ferramentas que renovam e dão ar novo fôlego aos seus aparelhos. Além dos esperados anúncios de novos jogos, as funções de integração dos consoles com outros recursos digitais foram os destaques da feira em 2012.

—- • Siga o ‘Link’ no Twitter, no Facebook, no Google+  no Tumblr e também no Instagram

A Microsoft anunciou o Xbox SmartGlass, sistema de integração entre seu console, smartphones e tablets. A ferramenta promete fazer todos os dispositivos “trabalharem em conjunto” e será lançada ainda neste ano. O SmartGlass transforma os tablets em uma fonte de informações extra sobre o game que roda no console e há jogos em que o aparelho servirá até como controle. Pela internet será possível compartilhar recordes e resultados instantaneamente.

Os dispositivos móveis ainda vão servir como controles virtuais, já que o console receberá canais de vídeo e o Explorer 8, transformando o televisor, via Xbox, em uma smart TV. Filmes reproduzidos pelo console, por exemplo, poderão ser retomados a qualquer hora pelo tablet. A empresa também lançou o canal de áudio Xbox Music, que sincroniza o Windows Phone, reforçando a proposta de transformar o console em uma central de entretenimento.

Pela Sony, o destaque foi a função cross-play, que põe o PlayStation 3 e o portátil PS Vita para conversar. Na demonstração, jogadores usaram as duas plataformas para jogar uma partida do mesmo game ao mesmo tempo. Não houve novo console, mas a empresa apresentou o Wonderbook, um “livro mágico” que usa a tecnologia da realidade aumentada. O sistema usa os controles à base de movimento e da câmera do PlayStation 3 e pede que o jogador interaja com as ações reproduzidas na tela.

O Wonderbook foi apresentado como capaz de inventar o livro de histórias e de ser usado até para experiências educacionais e científicas. O primeiro jogo para o aparelho, The Book of Spells, foi desenvolvido em parceria com J. K. Rowling, autora da série Harry Potter.

Publicidade

A Nintendo foi a única que apresentou novo hardware. Revelado na E3 de 2011, o Wii U é a aposta da empresa para atrair tanto jogadores mais experientes quanto casuais, público responsável por fazer do Wii um grande sucesso. A nova plataforma tem um controle com uma tela integrada, como um tablet, que abre a possibilidade de se jogar pela TV, pelo próprio dispositivo ou por ambos – conceito que a Nintendo chamou de “jogo assimétrico”.

Junto do Wii U, foi lançado o Miiverse, uma espécie de rede social por onde os jogadores interagem trocando informações e enviando mensagens, às vezes até dentro dos jogos. O projeto da Nintendo com os investimentos no conceito de “console família” é tornar os games mais sociais, fazendo que sejam compartilhados pelos jogadores e aproveitados em conjunto pelos jogadores. A ideia apresentada é que se é junto, é melhor.

ANÁLISE: De olho no futuro, indústria aposta na convergência

E3 deste ano evidenciou que o novo rumo das fabricantes é transformar os aparelhos em uma central de entretenimento do lar. Não será apenas uma questão de jogar, mas também de ouvir, ler, assistir e compartilhar.

PUBLICIDADE

Em breve, o console será sua locadora virtual de filmes e terá acesso ao melhor conteúdo da TV paga. Também será o meio por onde ouvirá músicas e compartilhará fotos e mensagens. Talvez seja o responsável pela rotina diária de exercícios matinais. Unificará tudo – ou pelo menos é isso o que a indústria deseja.

Não é bem uma nova era. A tendência da integração revelada na E3 é mais uma tentativa de expansão que de reformulação dos negócios. A aposta é atrair também quem não é muito chegado em games.

Não há nenhum problema com os jogos – a indústria segue faturando e teve seu valor de mercado avaliado em US$ 74 bilhões em 2011. A necessidade é apresentar os consoles – caros e usados apenas em casa – como aparelhos ainda relevantes numa época em que o consumo de dispositivos móveis e seus aplicativos gratuitos só cresce.

Publicidade

A convergência parece uma boa saída, pelo menos no primeiro momento. O público usual dos videogames continua tendo acesso aos jogos superproduzidos e os jogadores casuais são cada vez mais bajulados. Estes últimos são o principal horizonte de uma indústria disposta a dedicar-se ainda mais a oferecer diversão simples, mais barata e, principalmente, integrada a celulares, iPods, tablets.

A ideia de fazer dos consoles mais que um videogame não mostra uma indústria esgotada, mas sim madura para compreender as necessidades de seu futuro público.

—-Leia mais: • Link no papel – 11/6/2012

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.