SÃO PAULO – O principal mercado online de drogas, armas e demais itens ilegais pode perder o reinado. A Silk Road 2.0 – que assumiu o lugar da Silk Road original derrubada pelo FBI em outubro passado –, em cinco meses, passou a ter menos itens à venda que o novo concorrente chamado Agora.
De acordo com relatório recente da organização Digital Citizens Alliance, que analisa páginas de comércio de itens ilegais na internet entre abril e setembro deste ano, a Agora (nome faz referência ao espaço público na antiga Grécia, usado para política e comércio) passou a vender de 9,1 mil itens para 16,1 mil (alta de 76,2%); superando a Silk Road 2.0, que passou de 17,1 mil para 15,9 mil (queda de 7,3%).
Ao analisar especificamente a venda de drogas, a Silk Road 2.0 ainda se mantém à frente, mas esse quadro não deve durar. Do total de drogas listadas em suas páginas, a Silk Road 2.0 passou a vender de 13,6 mil para 12,3 mil (queda de 9,5%). Já o Agora, saltou de 7,4 mil para 12 mil (alta de 62,8%).
Tais mercados operam na chamada “deep web” (rede profunda) – ou, levando-se em conta suas práticas, de “dark net”. Usa-se essa denominação para ilustrar a parcela dos conteúdos online que não são indexados (não podem ser encontrados por motores de busca, como o Google), acessadas mais usualmente através da rede Tor, que permite navegação anônima (veja infográfico abaixo).
Além da Agora, o relatório destaca também a Evolution Marketplace como uma beneficiária da perda de influência da Silk Road 2.0. A página contou com crescimentos de 176% (no caso de drogas) e 148% (itens em geral), os maiores em comparação com as demais.
Entre as explicações para a queda da Silk Road 2.0, a Digital Citizens Alliance aponta os frequentes ataques de negação de serviço DDoS que a página tem sofrido, nos quais ela recebe excessivas tentativas de acesso o que acaba congestionando o servidor, derrubando-o e, assim, tornando a página inacessível. Além disso, em fevereiro, a rede foi hackeada e sofreu uma perda de US$ 2,7 milhões em bitcoins.
Além disso, só nestes últimos meses, observou-se o fim de alguns mercados, mas o nascimento de outros oito no lugar, levando o total de páginas de comércio ilegal a saltar de 11 para 19. A organização responsável pela análise diz que dois mercados chamados Cloud 9 (com 2,2 mil itens listados) e Hydra Marketplace (1,5 mil) devem ser observados de perto.
Clique aqui para a leitura do relatório de abril (mais completo) e aqui para o relatório mais recente, que atualiza a situação dos mercados.