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Hackers saem em defesa do Wikileaks

Simpatizantes em todo o mundo derrubam sites como o da Mastercard e da Visa

Por Agências
Atualização:

Os simpatizantes do WikiLeaks contra-atacaram nesta quarta, 8, os supostos inimigos do fundador do site, Julian Assange. Pela internet, a procuradoria da Suécia, do advogado sueco cujos clientes acusaram Assange de crimes sexuais, e a autoridade da Suíça que congelou a conta bancária do acusado.

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A MasterCard, que desligou sua relação com o WikiLeaks na terça-feira, 7, também está passando por graves problemas tecnológicos. No final da tarde, os defensores do projeto também derrubaram o site da Visa.

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A campanha de vingança online em massa aparentemente vem de ataques de negação de serviço (DDoS) em que computadores são usados — às vezes sem a percepção dos usuários — para atacar sites com enormes quantidades de pedidos de dados, derrubando os seus servidores.

Os ataques online são parte de uma onda de apoio ao WikiLeaks que está varrendo a internet.

 

O Twitter ficou repleto de mensagens de solidariedade ao site e seu fundador nesta quarta, e a página no Facebook do WikiLekas já recebeu mais de um milhão de fãs.

Fora da internet, a organização, que promove a divulgação de documentos sigilosos em defesa da liberdade de informação, está sob pressão de diversos lugares. Assange, seu fundador, está preso no Reino Unido lutando contra uma extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais, enquanto empresas como o banco suíço PostFinance, a MasterCard, o PayPal e outras enfraqueceram os mecanismos de doações ao WikiLeaks. O governo dos EUA também está investigando se Assange pode ser acusado de espionagem ou outros crimes.

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Per Hellqvist, um especialista em segurança da empresa Symantec, disse que uma rede extensa de ativistas online chamada “Anononymous” aparentemente está por trás dos ataques. O grupo, que já teve como foco a igreja da Cientologia e a indústria da música, tem prometido apoiar Assange derrubando os sites hostis ao WikiLeaks.

“Embora não tenhamos nenhuma afiliação com o WikiLeaks, lutamos pelas mesmas razões”, disse o grupo em comunicado em seu site. “Queremos transparência e enfrentamos a censura. É por isso que pretendemos utilizar nossos recursos para sensibilizar o público, e atacar aqueles que se opõem e apoiar aqueles que ajudam a levar a liberdade e a democracia para o mundo.”

Não está claro, porém, quais ataques foram causados pelo grupo, embora os ativistas no Twitter e em outros fóruns tenham celebrado as notícias de cada um dos ataques.

O site da MasterCard, que decidiu não processar mais as doações ao WikiLeaks, ficou lento e em alguns momentos fora do ar nesta quarta-feira, 8. A empresa diz estar recebendo “um tráfego pesado”, mas não deu detalhes.

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O site do advogado sueco Claes Borgstrom, que representa as duas mulheres que estão no centro da acusação de crimes sexuais contra Assange, também estava fora do ar nesta quarta.

O banco suíço PostFinance, braço financeiro do serviço postal da Suíça, que fechou a conta bancária de Assange na segunda-feira, 6, também está passando por problemas em seu site. O porta-voz Alex Josty disse que o site foi minado por uma barreira de intenso tráfego na terça, mas o ataque parece ter amenizado.

“Ontem foi muito, muito difícil, depois as coisas melhoraram pela noite”, ele afirmou à agência Associated Press. “Mas ainda não voltou ao normal.”

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Enquanto as empresas de internet, como a Amazon, o PayPal e a EveryDNS, cortam sua ligação com o WikiLeaks sob intensa pressão do governo dos EUA, o governo da França falhou em se esforçar para evitar que uma empresa do país hospedasse o WikiLeaks — pelo menos por enquanto.

A empresa OVH, que está entre os serviços que hospedam o domínio atual do WikiLeaks — wikileaks.ch — fez um pedido a dois tribunais do país para definir a legalidade de hospedar o WikiLeaks na França. Os juízes disseram esta semana que não poderiam tomar uma decisão sobre um caso, extremamente técnico, de prontidão.

Enquanto isso, Assange enfrentará uma nova audiência sobre sua extradição na próxima semana. O australiano, de 39 anos, nega as acusações de estupro e coação ilegal das duas mulheres. Ele não foi condenado por nenhum crime na Suécia e está lutando contra sua extradição para o país.

Em uma mensagem no Twitter nesta quarta, a porta-voz do WikiLeaks Kristinn Hrafsson desdenhou todas as acusações e lembrou que o site está sendo reproduzido em 500 localidades por seus simpatizantes.

“O último lote de telegramas foram divulgados (na terça-feira à noite) e nossos parceiros na imprensa também divulgaram nossas histórias”, disse Hrafnsson. “Não vamos ficar amordaçados, seja por uma ação judicial ou por uma censura corporativa … o WikiLeaks ainda está online”.

/ ASSOCIATED PRESS

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