A IANA remonta aos primórdios da internet

A entidade surgiu para documentar colaborações e seus parâmetros, distribuir números IP e gerir os domínios de endereços

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Por Redação Link
Atualização:
 

ANÁLISE: Demi Getschko*

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Uma das discussões recorrentes quando se fala de governança da internet é o papel e a relevância de instituições como a ICANN. Para falar dela precisamos voltar um pouco no tempo e tratar primeiro da IANA (Autoridade para Atribuição de Números na Internet).

Em 1972, a ARPANet, do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, era um projeto em evolução e alguns engenheiros estavam trabalhando em um novo conjunto de protocolos de identificação de máquinas e serviços, o TCP/IP.

Nessa época surgiu a IANA, que passou a documentar colaborações e seus parâmetros, distribuir números IP e gerir os domínios de endereços, guardados num arquivo chamado “raiz de nomes”.

Tudo ia bem até que os nomes de domínios, antes dados gratuitamente, passaram a ser cobrados e assim viraram fonte de receita da entidade.

No Brasil, em 1995, foi criado o Comitê Gestor da Internet (CGI), que também passou a cobrar pelo registro de domínios .br, fundamental para a manutenção da estrutura cada vez mais demandada pelo crescente número de usuários na rede. Em comparação ao ICANN, o CGI, estruturado multissetorialmente, tem uma ação muito mais política e voltada para aspectos diversos da internet local.

Em 1998, o governo americano determina que a IANA deveria ser “privatizada”, saindo das mãos de acadêmicos (Postel e demais) e passando para a ICANN.

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A raiz de nomes manteve-se em seu tamanho original por cerca de 15 anos, mas sua tendência é crescer e ficar até cinco vezes maior. Principalmente depois de o ICANN ter liberado a criação de novos nomes genéricos (na lista há domínios como .pizza, .baby ou .play), em 2012.

Por outro lado, alterações na raíz, por contrato, devem ser revisadas pela NTIA, uma agência comandada pelo Departamento de Comércio americano. A ideia hoje é deixarmos esse quadro para uma situação na qual nenhum governo exerça comando sobre IANA ou ICANN.

*É membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)

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