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A aposta na computação humana

Como Luis von Ahn usou a força coletiva para criar ferramentas úteis para a web

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Por Anna Carolina Papp
Atualização:

Como Luis von Ahn usou a força coletiva para criar ferramentas úteis para a web

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SÃO PAULO – Ao navegar pela internet, você deve se deparar o tempo todo com sistemas captcha – aquelas lacunas em que você digita uma sequência de letras distorcidas, a fim de provar que é um ser humano e não um robô. Esse mecanismo de segurança, que tem por objetivo prevenir fraudes e spam, surgiu em 2000 – e foi criado por Luis von Ahn.

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Um executivo do Yahoo foi à sua universidade com um grande problema: disse que as pessoas estavam escrevendo programas de computador para obter milhões de contas do Yahoo de graça, e a empresa não sabia como detê-los. Ahn teve então a ideia de criar um mecanismo que tivesse componentes que só humanos conseguiriam identificar. E assim nasceu o captcha.

Logo a ferramenta já estava por toda a web. A cada dia, 200 milhões de captchas eram digitados. “Eu estava muito orgulhoso de mim mesmo, mas aí comecei a me sentir mal”, disse Ahn. Ele conta que, além de considerar chato digitar os caracteres, isso levava cerca de dez segundos. “Se você multiplicar 200 milhões por dez segundos, a humanidade estava desperdiçando 500 mil horas para digitar esses captchas irritantes!”, diz.

Após quebrar a cabeça sobre como poderia transformar essa prática em algo útil, Ahn criou uma atualização da ferramenta, o recaptcha. A diferença é que, quando o usuário digita a sequência de letras, está ajudando a digitalizar livros – decifrando trechos escaneados que programas não conseguem identificar.

Em 2009, a ferramenta foi vendida ao Google. Mas não foi a primeira vez: em 2005, a empresa adquirira o ESP Game – jogo criado por Ahn em que pessoas viam e categorizavam fotos, a fim de melhorar a busca por imagens.

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A atual investida de Ahn, o Duolingo, segue a mesma linha dos projetos anteriores. “Chama-se computação humana porque levamos pessoas a fazer coisas que os computadores não podem fazer – no caso, boas traduções”, explica ele.

Além de seus projetos, o empresário disse que está pensando em se tornar investidor-anjo. “Gostaria de ajudar outros empreendedores com boas ideias a ganhar dinheiro”, diz.

Luis von Ahn também é professor ciência da computação na Universidade de Carnegie Mellon, onde se formou PhD em 2005. Mas o interesse pela área começou aos oito anos de idade, quando ganhou seu primeiro computador: “Queria um Nintendo, mas minha mãe me deu um computador e aí fiquei muito chateado”, conta ele. “Mas acho que ela fez uma boa escolha: gosto de computadores desde então.”

—-Leia mais:Movido a palavrasLink no papel – 8/4/2013

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