De acordo com os dados levados ao governador, a Sabesp ainda diz que é possível evitar o racionamento até novembro, ou seja, um mês depois da eleição. Data conveniente para os tucanos. Mas Alckmin não quer bancar a previsão. Tem dito que a avaliação sobre a necessidade de rodízio deve ser feita todo dia. Na prática, algumas áreas da cidade já passam por um racionamento extraoficial. "A Sabesp está controlando a vazão em algumas regiões", admite um secretário de Alckmin.
Se o racionamento vier antes de outubro, a política de redução de danos do Palácio dos Bandeirantes terá de ser melhor que isso. Do contrário, será abalada uma das características de Alckmin apontadas pelo eleitor nas pesquisas qualitativas, a de bom gerente - em 2006, ele disputou a eleição presidencial com o slogan "o Brasil precisa de um gerente, Geraldo presidente".
Os tucanos acham ainda que existe jogo para um acordo tácito com o PT sobre esse assunto, já que não está descartado um racionamento de energia elétrica, seara que atinge também a presidente Dilma Rousseff. Em conversa há cerca de um mês com Alckmin, a presidente teria dito ao governador que orientou sua turma para não explorar o tema da falta de água. Se foi sincera na declaração, pouco provável que o PT siga sua orientação. O racionamento de água está para a imagem de Alckmin assim como apagão de 2001 esteve para a de Fernando Henrique Cardoso. É demolidor, e os adversários sabem disso.