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Estratégias eleitorais, marketing político e voto

Esforço concentrado

Texto publicado ontem, no Estadão Noite

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Por Julia Duailibi
Atualização:

Após uma série de notícias ruins no front petista, inclusive a divulgação da pesquisa CNT (Confederação Nacional dos Transportes) desta terça-feira, que mostra queda de 6,7 pontos porcentuais na intenção de voto da presidente Dilma Rousseff, a direção do PT prepara o contra-ataque. Os petistas acreditam que aparições da presidente no rádio e na TV, previstas para os próximos dias, a começar pelo pronunciamento em cadeia nacional no 1º de Maio, devem estancar a sangria pela qual passa a popularidade de Dilma. A ideia é usar também essas exposições para fortalecer a imagem de unidade entre Dilma e o ex-presidente Lula, num momento em que cresce o movimento "Volta Lula" entre aliados.

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O PT passou o último mês tentando se explicar. Primeiro, a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena. Depois, a tentativa frustrada de esvaziar uma CPI para investigar o negócio, seguida pelo surgimento, segundo a Polícia Federal, do nome de Alexandre Padilha, pré-candidato do partido ao governo paulista, nas investigações da Operação Lava Jato. Lula também contribuiu com a má fase ao criticar para a imprensa portuguesa o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão - para muitos petistas, as declarações foram desnecessárias e extemporâneas. Se as notícias políticas não foram boas, as econômicas também não ajudaram a melhorar a imagem do governo.

A tentativa de mudança desse quadro se dará no palanque eletrônico e pelas mãos do marqueteiro João Santana. No dia 1º, Dilma usará a cadeia nacional de rádio e televisão para falar aos trabalhadores. Pretende fazer uma contundente defesa do seu governo e das "conquistas" obtidas pelo País.

No dia seguinte, sexta-feira, será a vez de aparecer ao lado de Lula no encontro nacional do PT, no Anhembi, em São Paulo. Os dois usarão a cobertura da imprensa para elogiar o governo e rebater as críticas dos adversários. Devem seguir a lógica do discurso de hoje da presidente, que na Bahia usou a retórica do terrorismo eleitoral ao dizer que a população não quer "voltar atrás". Posarão de mãos dadas para os fotógrafos para vender a imagem de união. Petistas esperam que o ex-presidente dê uma declaração que esfrie, mas não mate, o "Volta Lula" - como disse também hoje a ex-ministra Marina Silva, Lula é a "bala de prata" do PT, embora seja pouco provável que o partido venha a usá-la.

Nos dias 6, 13 e 15, haverá as inserções no rádio e na TV da propaganda partidária, num total de três minutos diários. Elas servirão para reforçar, mais uma vez, as marcas do governo federal e falar novamente das "conquistas" do governo Dilma-Lula. O ex-presidente vai aparecer na TV defendendo Dilma no programa partidário do dia 15, quando o PT terá direito a dez minutos de propaganda, também em cadeia nacional de rádio e televisão. Será o momento de mostrar, mais uma vez, Lula e Dilma, criador e criatura, unidos.

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