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Estratégias eleitorais, marketing político e voto

PT, PSDB e a greve dos ônibus

O governo de São Paulo partiu para o ataque no embate com a Prefeitura a respeito da ação da Polícia Militar na greve de ônibus em São Paulo. Marcio Aith, secretário de Comunicação de Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, deu uma entrevista ao programa do Datena, na Band, na qual falou que o secretário de Transportes municipal, Jilmar Tatto, agia de maneira hipócrita ao cobrar uma ação da polícia e que não é trabalho da PM dirigir ônibus.

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Por Julia Duailibi
Atualização:

Disse ainda que o secretário mantém relação com um deputado estadual que participou recentemente de uma reunião com perueiros e criminosos foragidos da polícia. A reunião foi alvo de uma batida da polícia. Aith não falou o nome do parlamentar, mas trata-se do deputado estadual Luiz Moura (PT).

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As declarações esquentaram o clima entre Prefeitura e governo do Estado, que tentam dos dois lados evitar danos eleitorais com a paralisação que atinge a cidade desde ontem. Assessores de Alckmin acusam Tatto de querer politizar a questão ao falar que houve passividade da Polícia Militar, que não retirou os ônibus que impediam a circulação dos carros.

Em clima cordial, Haddad e Alckmin conversaram pela manhã de hoje sobre o assunto, mas o bate-boca ficou por conta dos assessores. A pedido do prefeito, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, se reuniu com Tatto para definirem uma ação conjunta sobre a questão.

Segundo Aith, Tatto recebeu um pedido da Polícia Civil, no dia 7 de março, para que passasse a relação dos concessionários e permissionários do transporte público da cidade nas investigações sobre os 76 ônibus queimados neste ano na capital. Tatto não mandou até hoje os dados. O secretário municipal tem boa relação com petistas com trânsito entre os perueiros, como o vereador do PT, Senival Moura, e o seu irmão, o deputado estadual Luiz Moura, que já foi preso (o jornalista Fernando Gallo fez um ótimo perfil sobre esse parlamentar).

O secretário estadual disse que há uma interpretação equivocada sobre o trabalho da PM e que "a Polícia Militar não é motorista de ônibus". Para ele, seria "rebaixar" o papel da polícia dizer que ela tem que dirigir os ônibus que estão bloqueando as vias públicas. "É responsabilidade da Prefeitura tirar esses ônibus", disse Aith. Segundo o secretário, a Polícia Civil está fazendo o seu trabalho, ao investigar possíveis atos criminosos cometidos pelos grevistas.

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Minutos depois, Tatto entrou no ar e disse que "não pode jogar nas costas da Prefeitura uma briga de sindicato". Sobre não ter respondido ao ofício da polícia, disse que as informações são todas públicas e que estão no site da Prefeitura. "Se a polícia não sabe, quem vai saber? Qual dificuldade da polícia de encontrar esses ônibus?", disse sobre a solicitação para que fosse passada a relação dos ônibus queimados.

"Não parece adequado tentar imputar a mim qualquer atitude de tentar atrapalhar a investigação. Pelo contrário. Está tentando criar um ambiente que não é o caminho adequado. Tudo está à disposição", afirmou. Para Tatto, as declarações são "desespero" porque a polícia não estaria conseguindo descobrir o que acontece na cidade.

 

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