Por volta de 21h30, terminou o primeiro ato da apresentação. O público deixou a sala de espetáculo em direção ao hall do teatro. As portas estavam fechadas e, do lado de fora, era possível ver fogueiras na rua Xavier de Toledo e um grupo pequeno de pessoas com o rosto coberto por camisetas. A segurança do teatro, apreensiva, pediu ao público que não ficasse perto das portas e janelas e voltasse para a sala de espetáculo. As luzes do hall foram apagadas. Um grupo que tentou ir embora durante o intervalo foi conduzido para uma porta lateral mas, do lado de fora, a correria e a fumaça (não é possível saber, de onde estávamos, pelo que foi causada) fizeram com que os seguranças voltassem a fechar as portas e orientassem as pessoas a não deixar o teatro naquele momento.
Uma funcionária do teatro reuniu o público e disse que não havia nenhum perigo iminente e que o pedido para que as pessoas se afastassem das portas era apenas uma precaução. O clima era de perplexidade, mais do que de tensão. Ela então informou a todos que, se fosse necessário, na saída do espetáculo, medidas seriam tomadas para garantir a segurança das pessoas. Antes do reinício do espetáculo, o maestro Jamil Maluf subiu ao palco e tranquilizou a plateia. Disse que o presidente da Fundação Teatro Municipal já estava a caminho do prédio e que, se fosse necessário, um cordão de isolamento seria montado para garantir a segurança da plateia durante a saída do espetáculo.
Cerca de uma hora mais tarde, ao fim da apresentação, seguranças orientaram o público a sair pela porta da lateral do teatro. Lá fora, não havia mais manifestações, apenas a triste pichação na fachada e nos vitrais e a presença da Polícia Militar mais adiante, na esquina da Rua Barão de Itapetininga. A saída ocorreu sem incidentes.