Para assumir o BC, Meirelles teve de abdicar de um mandato de deputado federal pelo PSDB de Goiás, obtido com uma das votações nacionais mais expressivas. Já ali, a sedução da política e a vocação econômica o testavam.
Já no final de sua gestão à frente do BC, novamente foi picado pela mosca azul, quando se abriu uma aparente oportunidade de compor a chapa de vice com Dilma Rousseff, manobra que o PMDB cuidou de eliminar.
Agora, depois de um bem sucedido mandato no BC,que lhe garantiu um lugar de referência entre os principais analistas econômicos do país e no plano internacional, seu nome volta a figurar como possibilidade política.
Por menos que tenha deixado transparecer nas ocasiões anteriores em que a política lhe bateu à porta, foi possível a interlocutores mais próximos captar um receio permanente no ex-presidente do BC com o jogo truculento e arriscado da vida partidária.
É essa ponta de receio que o PSD ainda trabalha para eliminar e fechar o acerto com Meirelles. Seu ânimo de atuar como formulador, que o Legislativo propicia, é maior que a insegurança com a política, especialmente em se tratando de exercer esse papel no Senado.
Sua candidatura qualifica não só o debate legislativo como alavanca a do ex-prefeito Gilberto Kassab que pretende fazer dobradinha para o governo estadual. Além disso, dota o PSD de um quadro político com todas as chances de chegar a um ministério, qualquer que seja o governo eleito - com menor possibilidade no de Dilma.