Disputas municipais acentuam feridas entre PT e PMDB

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Por Redação
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As divergências eleitorais em cidades estratégicas, como São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e Campina Grande, na Paraíba, agravaram feridas na combalida relação entre PT e PMDB. De acordo com um cacique peemedebista, os rumos da aliança com o PT em 2014 dependem do resultado das eleições municipais e, logo depois, da sucessão nas presidências da Câmara e do Senado. Outra conjuntura política poderá surgir desses novos cenários, diz o peemedebista.

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O PMDB receia que o PT não cumpra o compromisso de apoiar o seu candidato na sucessão do petista Marco Maia (RS) na presidência da Câmara, conforme acordo firmado no ano passado. Os rumores são de que o governo rejeitaria o nome do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que cobiça o cargo. Por isso, planejaria apoiar, nos bastidores, o candidato de uma ampla aliança entre partidos médios, encabeçada por PSB e PSD.

Esse medo se acentua com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu o direito do PSD ao tempo de televisão e aos recursos do fundo partidário. Nesse cenário, o PSD desponta como a terceira maior bancada da Câmara, ultrapassando o PSDB, e como força política com musculatura para enfrentar o PMDB, caso junte-se ao PSB do governador Eduardo Campos (PE).

O PMDB já não escondia o ressentimento com o PT ao perder espaço no governo da presidente Dilma Rousseff, quando deixou de comandar pastas importantes, como o Ministério da Saúde. Nessas eleições, o maior baque foi o rompimento da aliança de mais de oito anos em Campina Grande, onde o PT deixou de apoiar o candidato do senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) para compor a chapa de Daniella Ribeiro (PP), irmã do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. A composição foi parte do acordo para que o PP de Paulo Maluf apoiasse Fernando Haddad em São Paulo.

Um alento nesse cenário de disputas foi Manaus (AM), onde após intensa articulação, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), conseguiu trazer o PT para a coligação de um candidato apoiado por ele. O PT resistia e Braga chegou a desabafar com a presidente Dilma Rousseff que seria um desprestígio pra ele, como líder do governo, não levar o PT para a aliança local. Na última hora, uma reviravolta: a candidata que era para ser Rebecca Garcia, do PP, abandonou a disputa. Com isso, a candidata a prefeita será a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB), com apoio do PMDB de Braga, do PSD do governador Omar Aziz e do PT. O vice na chapa será um petista, o ex-secretário municipal do Trabalho Vital da Costa Melo.

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