CPIs não devem produzir fatos novos até a eleição

A menos de um mês do início da Copa é improvável que a CPI da Petrobrás produza fatos que possam influenciar no cenário eleitoral, sobretudo pelo êxito do governo na estratégia protelatória da investigação.

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Por João Bosco Rabello
Atualização:

A CPI já em funcionamento no Senado comprovou o tom amistoso que a caracteriza como uma "ação entre amigos", como a rotulou a oposição. O depoimento do ex-presidente da empresa, José Gabrielli, ontem, confirmou a máxima do Barão de Itararé, de que "de onde menos se espera daí é que não sai nada mesmo".

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A expectativa da oposição só se consuma se a CPI mista, que acrescenta às investigações a Câmara, for instalada e tiver tempo de trabalhar, o que também está na casa do improvável. Terminada a Copa começa a curta campanha de dois meses em que não se deve contar com a presença de parlamentares em Brasília.

Com a suspensão das investigações no plano judicial, por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, são poucas as chances de novas denúncias aflorarem, embora essa hipótese não possa ser plenamente descartada.

Esse cenário indica que a oposição deve contar com o que já conseguiu produzir até aqui em relação à matéria. Não é pouco a ser explorado, mas repetitivo, o que pode levar a uma saturação do assunto a um eleitor já de mau humor e tendente a pôr todos no mesmo saco - da direita à esquerda.

 

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