No último dia 11, a Corregedoria da Câmara arquivou as investigações contra os deputados Rubens Otoni (PT-GO) e Sandes Júnior (PP-GO), mas enviou para o Conselho de Ética a representação contra Leréia. A análise do processo contra Stepan Nercessian (PPS-RJ) ficou para o segundo semestre.
"Serão chamados deputados, governadores, prefeitos e secretários, todos que se envolveram econômica e politicamente no esquema. Na minha opinião, eles têm que ser ouvidos e citados no relatório final", diz o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Um acordo tácito e suprapartidário fez com que a votação dos requerimentos de convocação dos deputados fosse adiada, para que a Câmara se pronunciasse primeiro.
Apesar das promessas da CPI que não livrará os deputados, parlamentares das duas Casas se confrontam em cobranças mútuas. A dívida principal, dizem senadores, seria a Câmara cassar um deputado envolvido com o grupo de Cachoeira. Outras cobranças remontam a projetos polêmicos que avançaram numa das Casas, mas estacionaram na outra.
Senadores dizem que fizeram a parte deles ao aprovarem a PEC do voto aberto, o fim do 14o e 15o salários, as novas regras de divisão dos royalties, mudanças no ICMS do comércio eletrônico, e no entanto, essas matérias pararam na Câmara. Em contrapartida, deputados perguntam quando os senadores votarão a PEC do Trabalho Escravo e o projeto que institui cotas sociais e raciais nas universidades federais.