A operação tartaruga que ampliou o índice de criminalidade na Capital foi decretada ilegal pelo Judiciário que determinou a volta da categoria ao trabalho. A corporação, então, anunciou que da operação tartaruga passaria ao seu oposto, a operação-padrão, com rigor extensivo às elites, numa ameaça velada às autoridades.
Nem uma coisa, nem outra: a polícia simplesmente continua fora das ruas e os crimes à luz do dia se sucedem. Assaltantes agem de bicicleta, carro, a pé, em bando, sozinhos, de todas as formas, liberados para o crime.
O noticiário das televisões e dos jornais locais passaram a ser uma estatística diária das ocorrências de crimes, que vão dos sequestros, roubos de carros, assaltos a pessoas e residências e, mais recentemente, na Universidade de Brasília, às 11h30m, numa demonstração clara do destemor da bandidagem.
O falecido ex-ministro Leitão de Abreu, um dos perfis mais conceituados no mundo jurídico,referia-se à perda da autoridade política de governantes como uma das circunstâncias mais graves de Estado.
A definiu como a indiferença da população à voz da autoridade pública, materializada quando o governante já não se faz obedecido e aplicou o diagnóstico ao ex-presidente Fernando Collor, como argumento para que fosse demovido da resistência em renunciar ao cargo de presidente da República.
Leitão sugeriu que essa mensagem fosse levada a Collor por intermediário com lastro institucional quando o impeachment estava pronto para ser conduzido pelo Congresso. Com isso, pretendia evitar o desfecho mais traumático que acabou ocorrendo, embora o ex-presidente tentasse a renúncia quando era tarde demais.
É grave a situação na Capital sob o olhar indiferente do governo federal de quem o governo do Distrito Federal recusou ajuda na forma da Força Nacional que supriria a omissão policial - esta também impune até agora.