Tal operação política não se consolida sem um acordo de bastidores que, nesse caso, envolve oposição, governo e Judiciário. E, em alguma medida, também os algozes de Arruda, o ex-governador Joaquim Roriz e o denunciante Durval Barbosa.
O STF, acionado pelo Ministério Público sobre a constitucionalidade da Lei Orgânica do DF, que impede o processo contra o governador, condicionou seu julgamento a uma consulta feita à Câmara Distrital.
Mas não fixou prazo para a resposta.
No período em que comandou a Câmara, encerrado ontem, o PT sentou em cima da consulta do STF por 40 dias. Se a oposição agiu assim, que dirá a nova Presidência, eleita ontem, fiel ao governador.
Durval Barbosa recuou do prometido depoimento a uma CPI que também está sob controle do governador.
É a mesma base aliada que aparece nos filmes do ex-secretário de Arruda, guardando propina em meias e agradecendo a Deus pelo "sucesso financeiro".
A desistência de Durval em depor na CPI é o fato mais significativo desse enredo desmoralizante. Poupou o governador no momento mais importante da operação que, até aqui, garante sua sobrevivência no cargo.
A Polícia Federal, que tem Durval sob custódia, deve explicações sobre seu recuo. Sob pena de passar recibo de instituição que elege seus alvos de acordo com suas conveniências políticas.