Curiosamente, Parente e Dilma sucederam a personagens que caíram atingidos por escândalos e tiveram nas crises de energia seus desafios de maior impacto pela interferência direta dos "apagões" na vida dos contribuintes. Associaram seus perfis à eficiência técnica e administrativa.
Ambos estiveram subordinados a presidentes tarimbados, testemunhas e protagonistas dos principais eventos da vida política brasileira nas últimas décadas. Mas seus perfis estritamente técnicos levaram FHC e Lula a fixar na Secretaria de Relações Institucionais a coordenação política de seus governos.
A técnica Dilma de ontem é a presidente da República de hoje. Numa inversão de papéis, tem no seu antigo posto um experimentado político capaz de suprir a sua pouca experiência no ramo. Decisivo na administração de uma base aliada tão numerosa quanto complexa.
Antônio Palocci começa hoje uma caminhada que pode levá-lo a ser considerado entre as opções futuras para a Presidência. Na verdade, inicia o resgate de um processo que comprometeu ao enredar-se numa trama contra um caseiro indefeso.