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Crônicas sobre política municipal. Cultura brasileira local sob olhar provocativo | Colaboradores: Eder Brito, Camila Tuchlinski, Marcos Silveira e Patricia Tavares.

Conflitos em Palestina

Faz alguns anos, depois de tentar estabelecer sem sucesso a paz no histórico conflito entre israelenses e palestinos, Lula afirmou que a relação entre ambos era pior do que as mais severas rivalidades entre torcidas de times de futebol no Brasil. Claro que esse foi o jeito popular de o então presidente explicar as dificuldades, mas simplificar demais, por vezes, torna a reflexão passível de ser ridicularizada. A criação do estado da Palestina certamente é assunto dos mais complexos no campo das relações internacionais. Será mesmo que não teremos paz por lá?

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Por Redação
Atualização:

 

No estado do Pará a situação política também é complexa. No início de novembro Valciney Gomes (PMDB) foi eleito prefeito para um mandato que vai até as eleições de 2016. Substituiu Maria Ribeiro (PSDB), cassada por conduta proibida na campanha eleitoral e compra de votos. O derrotado na nova rodada foi o vereador tucano Adeuvaldo de Souza, em um conflito que parece anunciar a rivalidade esperada entre PSDB e PMDB nas eleições estaduais do ano que vem. De um lado espera-se o filho de Jader Barbalho (PMDB) com o apoio do PT imposto pela Executiva Nacional do partido. Do outro está o atual governador Simão Jatene (PSDB). Tal conflito seria tão tenso quanto aquele vivido no Oriente Médio? Difícil de acreditar nisso numa realidade em que os grupos já foram acusados de estarem juntos. Pelo menos é isso o que diz o blog do Zé Carlos do PV. Do PV? É isso mesmo, do Partido Verde. Mas então isso é uma análise partidária! Pode ser que sim, mas esqueça disso agora. Vamos ao próximo capítulo.

 

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Em Alagoas a situação é muito mais tensa. Eleição suplementar para prefeito estava marcada para esse último domingo dia 01 de dezembro. Horas antes da disputa na cidade o TRE-AL acatou um recurso e suspendeu o pleito, que será remarcado. O enrosco começou em 2012. Faltando dois dias para a eleição o candidato Gel, vice na chapa de Beto (PT do B), o vencedor, foi preso com R$ 8 mil acusado de compra de voto. Para não atrapalhar pediu afastamento na véspera e em seu lugar entrou uma candidata a vereadora que só foi registrada quando as urnas já estavam abertas. Mas pode? Esse é o motivo maior da confusão. Para tornar o ambiente mais complicado a saída de Kathiane Medeiros desequilibrou a ordem de gênero na chapa proporcional: novo questionamento ao pleito. Por fim, o presidente da Câmara Municipal virou prefeito interino e foi denunciado por não prestar contas do dinheiro público.

 

Tais conflitos seriam, assim, tão tensos quanto um Fla x Flu, um Grenal ou coisa parecida? Seria Lula capaz de explicar o que ocorre na realidade eleitoral desses municípios? Certamente ele está mais preparado para o que ocorre na política local brasileira do que para analisar as ocorrências no Oriente Médio. Mas nesses casos uma coisa precisa ser dita: a cidade paraense atende pelo nome de Nova Palestina, e a alagoana é Palestina. Se Lula afirmou que judeus e árabes vivem pacificamente no Brasil o mesmo não podemos falar dos palestinenses do norte e nordeste. Seria uma sina palestina?

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