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Máquinas e aparelhos

CES 2015: o que é a internet das coisas e como ela entrará na sua vida

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Por Camilo Rocha
Atualização:

Este ano, o foco da a Consumer Electronics Show (CES), realizada durante esta semana em Las Vegas, EUA, é a chamada internet das coisas (ou, na sigla em inglês, IoT, de "internet of things"). Apesar de só estar alcançando os consumidores agora, o conceito vem sendo desenvolvido há bastante tempo.

Há algumas décadas pesquisadores e engenheiros vêm trabalhando em aparelhos e objetos que podem ser acessados através de um computador para que sejam controlados ou monitorados.

No início dos anos 80, cientistas da Carnegie-Mellon conectaram uma máquina de refrigerante a um computador para acompanhar quantas garrafas estavam no equipamento e se estavam geladas.

 Foto: Estadão

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A ficção científica também sempre apresentou "coisas" inteligentes, que interagem com os seres humanos. O filme Minority Report, de 2002, mostra propagandas customizadas que aparecem para o protagonista - chegam a chamá-lo pelo nome. Tecnologia para criar algo assim não é mais "do futuro", é de agora.

O termo "internet das coisas" foi cunhado pelo britânico Kevin Ashton, cofundador do Auto-ID Center no Massachusetts Institute of Technology (MIT), departamento que trabalhou na criação de padrões para sensores, que, junto com a conectividade Wi-Fi, são elementos básicos de uma "coisa" conectada.

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De acordo com a empresa de pesquisas IDC, o mercado global para a internet das coisas, incluindo aparelhos e serviços, deve passar dos US$ 7 trilhões em 2020. Em 2013, ele valia US$ 1,9 trilhões. Em cinco anos, entre 50 e 75 bilhões de dispositivos conectados serão responsáveis por 13 quadrilhões de conexões à internet, produzindo 200 exabytes de dados por ano. O acervo da Biblioteca do Congresso dos EUA totaliza 5 exabytes.

Com a internet das coisas tudo estará conectado entre si: smartphones, geladeiras, alarmes de incêndio, ventiladores, tablets, computadores, portas de garagem, semáforos, sinais de trânsito e muito mais. Para nosso conforto e comodidade, informações detalhadas sobre nossos hábitos serão compiladas a cada dia. Por isso, a evolução dessa tendência deve vir acompanhada de muito debate sobre a segurança desses sistemas diante de invasores e a privacidade do usuário. É uma conversa que só está começando.

Na CES,porém, o que está em exibição são os produtos cujo alvo é o consumidor doméstico. Veja algumas das novidades apresentadas.

 Foto: Estadão

Copiloto inteligente

Vários representantes da indústria automotiva estiveram presentes na CES e não faltaram exibições de carros conectados. Entre eles, estava a alemã BMW que apresentou várias soluções de conexão em modelos seus. O automóvel i3, por exemplo, que já tem um sistema de navegação inteligente, passará a emitir avisos sobre trânsito para o celular ou relógio do dono, mesmo quando este estiver longe do carro.Acessando a agenda do usuário, o sistema pode calcular o tempo que levará entre dois compromissos além de avisar quando é hora de sair. Outra novidade da empresa é a inclusão de tablets Samsung nos bancos traseiros que permitem controlar o sistema de entretenimento ou ajustar os bancos do carro sem atrapalhar o motorista.

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 Foto: Estadão

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Samsung aposta todas as fichas

"A internet das coisas tem potencial para transformar nossa sociedade, nossa economia e a forma como vivemos", disse BK Yoon, presidente global da Samsung em um evento da empresa na CES cujo foco era a nova tendência. A Samsung citou os televisores como aparelhos importantes na estratégia atual da empresa de coisas conectadas e apresentou uma nova linha de modelos sofisticados na feira. Em agosto, a Samsung comprou a SmartThings, empresa norte-americana especializada em produtos para a casa conectada como fechaduras e termostatos. A coreana anunciou investimentos de US$ 100 milhões no segmento.

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O último que sair não precisa mais apagar a luz

Empresa com tradição de conectar ambientes domésticos através de seus roteadores, a D-Link trouxe para a CES uma série de produtos, indo de câmeras a sistemas de gerenciamento de energia, que prometem ajudar em uma diversidade de tarefas como: ligar e desligar a luz de casa remotamente; monitorar o consumo de eletricidade, mantendo-o dentro de um limite estabelecido; evitar a queima de tomadas quando há sobrecarga. Para administrar as funções, um "smart hub" (imagem acima).

 Foto: Estadão

Pequeno irmão

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A segurança já é uma das áreas mais promissoras da internet das coisas. A Panasonic mostrou na feira um kit de vigilância simples e prático, que transmite imagens para o smartphone do proprietário. O equipamento também permite que se grave os vídeos em um cartão Micro SD.

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De olho na água

Entre muitos sensores conectados da linha WeMo, da Belkin, um em especial iria vender como, hmm, água em São Paulo. Trata-se de um sensor chamado WeMo Water que mapeia o fluxo de água dos vários pontos da casa, como chuveiro e descarga, e consegue medir o consumo de água e detetar vazamentos através de algoritmos. O lançamento do produto deve ser no segundo semestre de 2015.

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Fala que eu te escuto

A CES presenciou a chegada dos primeiros produtos desenvolvidos para a plataforma HomeKit, do iOS 8. Um deles é o SmartPlug, uma conexão que permitirá o controle de aparelhos conectados através da assistente de voz Siri. Serão três versões: uma (iSP5) será uma extensão para aparelhos com tomadas de três pinos; outra (iSP6) terá também uma entrada USB e a terceira (iSP7) virá com controle remoto. Com eles, basta falar no iPad ou iPhone para ligar ou desligar os aparelhos ligados ao SmartPlug.

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 Foto: Estadão

Entrando no clima

A fabricante de termostatos digitais Nest, comprada pelo Google por US$ 3,2 bilhões, anunciou uma porção de parcerias com outras empresas, dando continuidade a sua plataforma "Works with Nest" ("funciona com Nest"). Uma delas é com a Automatic, fabricante de um acessório que monitora funções no carro, e permitirá o controle do termostato de acordo com a distância do carro em relação à casa. Se o motorista estiver chegando em casa, por exemplo, o termostato é acionado para deixar a casa na temperatura ideal. Em climas frios, é uma grande ajuda.

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Masterchef

Imagine um fogão onde a parte superior é uma tela de toque. Foi o que a Whirlpool mostrou na CES, em meio a várias ideias inovadoras para a cozinha do futuro. No "cooktop" mostrado, informação contida em um tablet ou smartphone pode ser transmitido para a tela do objeto de cozinha. Ou seja, as receitas agora ficam na cara do cozinheiro, que não precisa mais trazer seus dispositivos para conviver com gordura e vapor.

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