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Máquinas e aparelhos

Há muita coisa por trás daquela selfie da Copa do Mundo

FOTO: Vanderlei Almeida/AFP Photo

Por Camilo Rocha
Atualização:

Logo antes da Copa, o banco norte-americano Goldman Sachs divulgou um estudo com previsões sobre os resultados da competição. Nada de chutômetro, mas uma elaborada análise baseada em dados de seleções e jogos desde a década de 60, computando um total de 14 mil "eventos".

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Se fosse usado em um bolão, o prognóstico da Goldman Sachs seria uma coleção de tiros n'água. Dos três jogos do Brasil na primeira fase, o estudo previu que venceríamos todos. Também errou nas quantidades de gols. As previsões da Goldman Sachs também colocaram seleções como Inglaterra e Itália nas oitavas de final e a Espanha como primeira colocada de seu grupo. De acordo com o estudo do banco, o Brasil será campeão.

Bem-vindo ao mundo do big data, que, através da análise em profundidade de grandes volumes de dados se propõe a ser a melhor (ou a única, para seus apóstolos mais entusiasmados) lente para entender o mundo. É usado em áreas tão distintas como o controle de epidemias, o combate ao crime e as sugestões de filmes da Netflix.

O big data, como se viu, ainda não consegue prever o resultado de um jogo de futebol (e esperemos que continue assim), mas ele esquadrinha nosso presente em detalhes cada vez mais granulares.

A Copa do Mundo no Brasil tem sido um ótimo exemplo de como isso acontece. Consagrada como a Copa das redes sociais, dos smartphones e das selfies, justamente por causa da popularização maciça desses elementos, é também a copa do big data.

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O SindiTelebrasil (sindicato das operadoras de telecomunicações) revelou dados vencedores sobre as fotos postadas por celulares no Mundial. Juntando primeira fase e oitavas de final, cerca de 38 milhões de fotos foram enviadas pelos torcedores de seus aparelhos móveis, resultando em uma média de oito mil fotos por minuto.

Quando se fala em redes sociais, os números também são dignos de comemoração. O Facebook, por exemplo, divulgou que a Copa do Mundo é o evento de maior sucesso de sua história, contabilizando um bilhão de fotos, comentários e curtidas apenas na primeira fase da competição.

Por debaixo dessa superfície de interação está o ouro de muitos negócios. Cada post, curtida, chat, SMS, busca, posição do GPS, ligação, e-mail, foto e vídeo postado ou compartilhado é armazenado pelos respectivos provedores dos serviços. Trata-se de um imenso banco de informações para redes sociais, empresas de tecnologia, operadoras de telefonia, agências de publicidade, emissoras de televisão, fabricantes de aparelhos, desenvolvedores de aplicativos, marcas de cerveja e assim por diante.

O big data gerado não só por espectadores nos estádios, mas pelos bilhões que acompanham os jogos à distância ajuda a montar um complexo e detalhado mapa que abrange informações de usuários, perfis, regiões, hábitos, preferências, consumo, tempo de conexão e histórico de navegação.

Ao sorrir para a próxima foto, portanto, lembre-se: você está sendo analisado.

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