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Máquinas e aparelhos

Diversões eletrônicas

Por Camilo Rocha
Atualização:

Você chega na casa noturna ou no show e encosta seu smartphone em um leitor. Se está na lista de convidados, é só entrar. Se não, entra depois que o preço do ingresso for debitado através de seu cadastro no PayPal. Lá dentro, a chapelaria ou a compra de um drink também podem ser pagos aproximando-se o celular de terminais eletrônicos. O acesso à área VIP também acontece sem percalços, uma vez que o sistema "sabe" que você está liberado. Horas depois, você vai para casa sem ter lidado com dinheiro, comandas, fichas ou pulseiras de acesso.

Esse é o cenário idealizado pela startup brasileira Bloom para explicar sua plataforma. Para a empresa, a balada é a próxima fronteira a ser conquistada pelas tecnologias de pagamentos móveis. Já presentes em uma série de atividades corriqueiras como pagamento da tarifa de ônibus ou operações no caixa eletrônico, a ideia de trazê-los para shows de música e casas noturnas, ambientes de logística muitas vezes aborrecida, é muito atraente.

 Foto: Estadão

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O sistema da Bloom usa duas tecnologias de transmissão de dados a curta distância: NFC, que acaba de ser anunciada nos novos iPhones (mas que já existe em aparelhos Android há bem mais tempo), e BLE, um tipo de Bluetooth que consome menos energia.

A ferramenta pode ser usada de duas maneiras: através de aplicativo próprio compatível com smartphones Android e iOS; ou de cartões individuais, que o frequentador ganha ao chegar no local, solução para os que não tem smartphone compatível ou celular comum.

As vantagens do sistema não surgem apenas para os usuários, mas também para os negócios que giram em torno do entretenimento noturno. Os proprietários do estabelecimento ganham um rico panorama "big data" dos movimentos e do consumo de seus clientes. Essas mesmas informações também podem ser aproveitadas por marcas. Por exemplo, uma fabricante de bebidas pode direcionar ações ligadas a uma nova tequila ou vodka para lugares em que o consumo desses produtos seja alto. Sem falar que a possibilidade que o aplicativo traz de o frequentador dividir sua experiência em redes sociais abre oportunidades para ações promocionais de marcas de todo tipo.

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 Foto: Estadão

Quando Isabelle Perelmuter, cofundadora da Bloom, me contou sobre a invenção na semana passada, o processo me pareceu fascinante. Por outro lado, é impossível não pensar na questão da privacidade. Como a noite é o lugar do escape, da fuga dos controles do dia, muitos frequentadores podem ficar ressabiados com a ideia de estarem fornecendo tantos dados enquanto se divertem.

Isabelle explica que os dados gerados são "do grupo, e não da pessoa", registros de comportamento que compõem um mapa geral.

A empresária diz também que os usuários sempre têm de confirmar cada ação que implique compartilhamento de dados. Ressalta que o dono da casa noturna ou do evento controla "coisas operacionais", como volume de consumo e tráfego de entrada, mas nada além disso.

Gostando ou não, será cada vez mais comum esse tipo de sistema. Um estudo do site Business Insider destaca que novos aplicativos estão eliminando a necessidade de levar dinheiro ou cartões para jantar fora ou ir a um bar. Só não vale, mais do que nunca, perder o celular.

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