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Máquinas e aparelhos

As muitas ideias que surgem de uma lâmpada

A internet das coisas é uma das tendências-chave da tecnologia para essa década, e é bom ir se acostumando com ela

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Por Camilo Rocha
Atualização:
 Foto: Estadão

É bom se acostumar com o termo internet das coisas. É uma das tendências-chave da tecnologia para esta década. Ele Designa a presença da conectividade em todo tipo de objeto, da porta da garagem à geladeira, em casa, do semáforo à lata de lixo, na cidade.

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Esses tempos, em casa, andamos tendo um gostinho de internet das coisas. O objeto conectado em questão é dos mais prosaicos, a lâmpada elétrica, mais exatamente a Philips Hue, uma lâmpada que pode ser operada através de aplicativo no celular e programada para emitir qualquer cor e tonalidade existente no espectro óptico.

Brincamos bastante. A sala e o quarto conheceram colorações azuis, vermelhas e verdes. Ou o tradicional amarelado quando queríamos um ambiente mais "normal". Isso podia ser feito através de uma tela que trazia todo o espectro de cores ou com programações prontas do próprio aplicativo, que traziam nomes como "Deep sea" ("mar profundo"), "Sunset" (por do sol) ou "Concentrate" ("concentre-se").

Além disso, é possível escolher uma foto do álbum do celular e selecionar uma das cores presentes e enviá-la para a lâmpada, recriando, segundo o fabricante, a ambiência de momentos das férias, como "aquela ilha paradisíaca ou vista coberta de neve".

O que apaga qualquer empolgação com a Philips Hue é seu preço no Brasil. Uma lâmpada sai por R$ 269, enquanto que um kit com três lâmpadas, uma espécie de roteador e fios, custa R$ 1.299.

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Eu não acho que é cachê para um show de luzes na sala, mas vamos nos consolar que é tudo ainda muito embrionário e, em questão de poucos anos, camelôs venderão lâmpadas assim na rua Santa Ifigênia.

Agora veja, este simples produto, que se propõe a nada mais que iluminar um ambiente, já motivou vários desenvolvedores a criar aplicativos para ele. O Goldee, por exemplo, permite que se programe a lâmpada para ir mudando bem lentamente de cor. Já o Ambify sincroniza a luz com música do iTunes para improvisar uma pista de dança em qualquer ambiente.

Sim, são supérfluos, mas servem para dar uma ideia dos possíveis zilhões de invenções que serão motivadas pela coisas conectadas. Do que as mentes desenvolvedoras serão capazes de elaborar quando tiverem acesso ao software do fogão conectado ou dos veículos sem motorista?

Dois exemplos nos fazem lembrar do potencial de evolução de uma nova tecnologia. O primeiro vem dos games: o sensor de movimentos Kinect. Projetado para ser um acessório do videogame Xbox, o Kinect foi remixado em dezenas de usos diferentes, desde ajudar um cadeirante a circular na rua até servir como acessório na sala de cirurgia.

O segundo exemplo é o próprio smartphone. Pense na quantidade descomunal de aplicativos que foram inventados desde que o primeiro iPhone chegou ao mercado. O impacto do telefone móvel vai muito além do aparelho. Ao miniaturizar e baratear cada vez mais componentes como processador, câmeras e sensores como GPS e acelerômetros, os smartphones impulsionaram de tabela o mercado de drones, que utiliza todas essas peças.

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