FOTO: José Patricio/Estadão Copyright
Se você não se importa muito com o calor, com as secas, com as tempestades de chuva e neve, com a elevação do nível do mar, com a acidificação dos oceanos, com o derretimento das geleiras, deslizamentos de terra e outros desastres naturais, mas adora viajar para Nova York, Paris e Londres, talvez isso deixe você preocupado: o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera deve deixar os voos transatlânticos mais turbulentos a partir de meados deste século, segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change.
Segundo os pesquisadores, um aumento de duas vezes na concentração de CO2 atmosférico (em relação à era pré-industrial, o que está previsto para ocorrer por volta do ano 2050), resultará em um aumento de 10% a 40% na média de turbulência registrada durante o inverno no corredor aéreo entre a América do Norte e a Europa. Se ainda achou pouca coisa: a ocorrência de turbulência de grau "moderado ou maior" (do tipo que faz você se agarrar um pouco mais à poltrona) poderá aumentar de 40% a 170%, segundo a pesquisa. Isso tudo por conta de um fortalecimento dos chamados "jet streams", correntes velozes de ar que fazem o avião chacoalhar mesmo em condições de bom tempo.
Portanto, apertem os cintos, que o aquecimento global chegou. Imagine só!
IMAGEM: Zonas de turbulência previstas para um dia hipotético de inverno, num cenário de concentração dobrada de CO2 atmosférico. Crédito: Paul Williams/University of Reading