Outros conflitos foram moda por anos, mas, mesmo sem terem terminado, caíram no esquecimento. A Guerra do Iraque perdeu importância com a retirada das tropas americanas, pois se tornou um conflito civil. A Líbia é outra que caiu no esquecimento depois do fim dos bombardeios da OTAN. Mas ter americanos não seria suficiente. A Guerra do Afeganistão, mesmo com a presença de dezenas de milhares de soldados dos EUA, também não repercute mais. E temos ainda Darfur. Alguém se lembra do "Save Darfur"?
Sobram os conflitos que ninguém dá muita bola e jamais entraram na moda. A perseguição aos cristãos na Nigéria, a perseguição aos muçulmanos em Myanmar e República Centro-Africana (neste caso, com risco de genocídio) e os confrontos étnicos no Sudão do Sul e no Congo são alguns exemplos.
Alguns argumentos para uma guerra entrar na moda seriam ou ficar fora seriam
Para estar na moda
. Ocorrer na Europa ou no Oriente Médio (Ucrânia e Síria)
. Eclodir de forma inesperada (Ucrânia)
. Quantidade de mortos (Síria e Iraque no passado)
. Envolvimento dos EUA (Iraque no passado)
. Figura marcante no campo inimigo (Assad na Síria, Kadafi na Líbia e Saddam no Iraque)
. Ter impacto geopolítico global (Síria)
. Presença de jornalistas estrangeiros (Líbano nos anos 1980 e Israel-Palestina)
. Apoio de estrelas de Hollywood (Darfur)
Para sair de moda
. Longa duração (Iraque e Afeganistão)
. Perda do apoio de estrelas de Hollywood
. Retirada dos EUA (Iraque)
. Estabilização do conflito, mesmo sem paz (Afeganistão)
. Passar a ser um conflito local (Iraque)
Para nunca entrar na moda
. Ocorrer na África ou partes da Ásia distantes do Oriente Médio (Myanmar)
. Não ter envolvimento geopolítico global (Congo)
. Não haver um figura de impacto no conflito (República Centro-Africana)
. Perder o apoio de Hollywood (Darfur)
Apenas comentários do post do dia ou do post prévio serão publicados
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
Comentários islamofóbicos, antissemitas, anticristãos e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista
Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus. Escrevam para mim no gugachacra at outlook.com. Leiam também o blog do Ariel Palacios