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De Beirute a Nova York

Por que, ao se focar em Assad, Obama esqueceu do ISIS?

O presidente Barack Obama culpa os seus serviços de inteligência pela falha em não prever o avanço do grupo ultra extremista ISIS (também conhecido como Grupo Estado Islâmico, ISIL e Daesh) na Síria e no Iraque. Mas a história não é bem esta. Primeiro, os serviços de inteligência americanos previram sim. Em segundo lugar, bastava observar os acontecimentos - tomada de Raqaa pelo ISIS na Síria e posteriormente de Fallujah no Iraque. Não era preciso ter informações de inteligência

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Por gustavochacra
Atualização:

Na verdade, o erro dos EUA foi ter se focado apenas em combater retoricamente Bashar al Assad por cerca de três anos, buscando enfraquecer o regime - mas não o suficiente para Assad cair e sim para aceitar negociar com a suposta oposição moderada. Como o ISIS era e é inimigo do Assad, apesar da estratégia de PR (relações públicas) da oposição síria querer dizer o contrário, o governo de Obama fechou os olhos e deixou os dois se matando - e não repudiou as mortes de cristãos, alauítas e outras minorias na Síria.

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Desde outubro de 2011, quando estive na Síria, já era óbvio que parte da oposição síria estava se radicalizando, especialmente na fronteira com o Iraque e também em cidades mais centrais, como Hama e Homs - na época, Aleppo seguia intacta. O Brasil, Índia e África do Sul  alertavam no Conselho de Segurança sobre o perigo da oposição - acompanhei bem todo o processo, cobrindo para o Estadão os eventos na ONU.

Brasileiros, indianos e sul-africanos diziam que a resolução da ONU deveria condenar não apenas Assad, como também os opositores. Os EUA e a França não aceitavam incluir os opositores (tanto o capenga Exército Livre da Síria, como o ISIS e a Frente Nusrah, que na época eram uma coisa só). E a Rússia e a China não queriam condenar Assad.

Não sei como faz para publicar comentários. Portanto pediria que comentem no meu Facebook (Guga Chacra)e no Twitter (@gugachacra), aberto para seguidores

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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