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Episódios de islamofobia e de sentimentos anti-árabes crescem depois de atentados ou tentativas de ataques terroristas nos Estados Unidos, segundo estudo da Universidade Duke. Para comprovar esta tese, ontem dois passageiros foram, em um atitude deprimente e preconceituosa de uma companhia aérea, obrigados a sair de um avião que iria de Boston para Chicago porque conversavam em árabe, a língua nativa deles.
Os dois eram inocentes e não tinham absolutamente nenhuma relação com o terrorismo. Além disso, apenas para ficar claro, não se sabe sequer quem realizou o atentado em Boston. E, mesmo que tenha sido uma pessoa de origem muçulmana, é um absurdo ter preconceito com quem segue esta religião. Vale lembrar, apenas como curiosidade, que nem todo muçulmano é árabe e nem todo árabe é muçulmano.
Ainda bem que os líderes americanos, como o ex-presidente George W. Bush e o atual, Barack Obama, tomam enorme cuidado para tentar impedir sentimentos islamofóbicos e anti-árabes no país. Mas muitas pessoas acabam tendo estas atitudes por desinformação.
Neste momento, o mais importante é lamentar as vítimas do atentado em Boston , buscar os responsáveis e fazer o possível para outros ataques terroristas não ocorrerem. A última década, graças ao trabalho das polícia, do FBI e dos serviços de inteligência, foi a mais segura das últimas quatro nos EUA.
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires