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De Beirute a Nova York

Mesmo decepcionados, muçulmanos dos EUA apoiam Obama

Por gustavochacra
Atualização:

Os muçulmanos dos Estados Unidos, embora desapontados com Barack Obama, são a favor da reeleição do presidente nas eleições desta terça-feira. Esta posição é similar à de outras minorias como a hispânica, negra e judaica.

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Segundo pesquisa Conselho das Relações Islâmico-Americanas (CAIR, na sigla em inglês), 68% pretendem votar em Obama, contra apenas 7% de Mitt Romney. O restante (25%) permanece indeciso.

Para os muçulmanos, que são das mais variadas origens nos EUA, os principais problemas do país são a economia, o sistema de saúde, a educação e as liberdades civis. Mas pesa também a questão da islamofobia e por este motivo há grande insatisfação com o Partido Republicano.

Algumas alas do partido são claramente islamofóbicas e isso ficou claro em discursos no passado da deputada Michele Bachmann e do ex-senador Rick Santorum - ambos disputaram as primárias. Romney, antes bem visto, viu sua imagem se deterior depois de declarações ambíguas sobre os palestinos em visita a Israel - o que não se configura em islamofobia, visto que muitos palestinos são cristãos. Além disso, ele jamais ofendeu o islamismo e é alvo de sentimento anti-mórmon.

Posições bem favoráveis ao islamismo, como as de George W. Bush, do governador de Indiana, Mitch Daniels, e de Nova Jersey, Chris Christie, apesar de elogiadas pelos muçulmanos, não são suficientes para os eles deixarem de considerar o Paritdo Republicano islamofóbico. Em 2000, Bush foi eleito por ampla margem pelos muçulmanos.

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Obama é visto com decepção, mas melhor do que Romney. A imensa maioria dos muçulmanos, segundo o CAIR, condena os ataques com drones (aviões não tripulados) que matam suspeitos sem julgamento e até mesmo mulheres, crianças e idosos no Yemen, no Afeganistão e no Paquistão. Também há fortes críticas à operações da polícia, especialmente em Nova York, violando as liberdades civis dos muçulmanos, com a espionagem de pessoas inocentes.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade ColumbiaTambém é comentarista do programa Em Pauta, na Globo News. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen.No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

 

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