Em segundo lugar, A vitória de ontem não alterará os planos da administração Obama para a Venezuela. Basicamente, deixam os chavistas manterem o discurso anti-EUA à vontade enquanto, nos bastidores, sabem que o presidente Nicolas Maduro busca uma aproximação com Washington.
Terceiro, o governo americano não é ingênuo e sabe bem que a vitória de ontem foi apertadíssima, com enormes suspeitas de fraude. O chavismo está enfraquecido e perdeu centenas de milhares de votos em relação à eleição no ano passado. Já Henrique Capriles viu sua popularidade subir. É muito difícil que nas próximas eleições, com a atual taxa de inflação e índice de violência, Maduro consiga se sustentar no poder.
Por último, os o governo dos EUA deve ficar atento para as disputas internas dentro do chavismo. A insatisfação com Maduro tende a crescer e o presidente nunca terá o poder de Hugo Chávez. Os americanos não querem instabilidade ou tentativas de golpe neste momento.
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires