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De Beirute a Nova York

Entenda como o regime de Assad e os opositores sírios conseguem suas armas

no twitter @gugachacra

Por gustavochacra
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Descartando por enquanto uma intervenção externa na Síria, especialmente depois do fracasso na aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos e seus aliados europeus e árabes optaram por treinar e armar a oposição para esta ter a capacidade de lutar contra as forças de Bashar Assad. Ao mesmo tempo tentarão cortar o fornecimento de armamentos para o regime de Damasco.

Uma das dificuldades tem sido a logística para armar a oposição. Os principais choques acontecem em Homs, distante da fronteira com a Turquia. Desta forma, "a mais importante linha de fornecimento de armas para os rebeldes é o Líbano. Porém, também é a mais complicada de manter", de acordo com análise da Stratfor.

A Síria mantém uma ampla rede de operações dentro do Líbano, que foi ocupado por tropas sírias por cerca de três décadas até 2005. Além disso, o regime de Assad conta com o apoio do Hezbollah, que é praticamente um Estado dentro do Estado no território libanês, sendo um dos integrantes da coalizão governamental - porém, ao contrário do que afirmam, está longe de controlar a administração libanesa.

"Os rebeldes sírios possuem duas principais rotas. Uma delas, é através da região norte do vale do Beqa em direção a Homs. A outra parte da área central do vale do Beqa, cruzando as montanhas do anti-Líbano, chegando a Zabadany, nos subúrbios de Damasco", afirma Reva Bhalla, da Stratfor. Por este motivo, estas são justamente as duas áreas com mais levantes armados contra o regime de Assad.

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O Hezbollah, apesar de poderoso, enfrenta dificuldades para atuar nestas regiões, majoritariamente sunitas dentro do Líbano, onde facções ligadas ao ex-premiê libanês, Saad Hariri, inimigo aberto de Assad, controlam a fronteira. "Ainda assim, a organização xiita, junto com membros da Guarda Revolucionária do Irã e agentes do regime sírio, tem agido intimidado os adversários através de seqüestros e até mesmo assassinatos", afirma a Stratfor.

Segundo Wayne White, ex-diretor de inteligência de Oriente Médio no Departamento de Estado, os EUA também tentam "monitorar e obstruir o envio de armas da Coréia do Norte, de países do Leste europeu e da ex-União Soviética para Assad. Além disso, tem levado adiante uma política de exibir o máximo de imagens da repressão do regime para deixar governos estrangeiros envergonhados de apoiar Assad".  "Mas o complicado é conter o Irã", que tem usado o território iraquiano para armar Assad. O Iraque, também aliado do regime sírio, "é mais fácil de controlar porque seus armamentos são normalmente americanos e temos como rastrear", acrescenta.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacio

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