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De Beirute a Nova York

De NY a Damasco - Acusado de 'brando', Assad sofre pressão do regime para ser mais violento

no twitter @gugachacra

Por gustavochacra
Atualização:

Nem todos os sírios querem democracia. Por incrível que pareça, Bashar al Assad vem enfrentando enorme resistência dentro de seu regime e da elite síria por estar sendo muito "brando" com a repressão. Segundo consultorias de risco político, apesar da morte de mais de 1.500 pessoas em pouco mais de quatro meses nas violentas ações de suas forças de segurança contra manifestantes da oposição, tem muita gente em Damasco e Aleppo decepcionado com o líder sírio.

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Para estas pessoas, que não são poucas e dão as cartas na Síria, Assad deveria ter feito como seu pai, Hafez al Assad, em 1982, e passado um trator em cima dos opositores em Hama. Não que o atual líder sírio não o tenha feito. Mas, para eles, as ações até agora tem sido muito cautelosas e insuficientes para conter os opositores. Basicamente, Assad tem sido moderado para os padrões de Damasco.

Segundo Thomas Friedman, colunista do New York Times, "as regras de Hama", instituídas pelo Assad pai, não funcionam mais na Síria. Agora, por mais que o regime mate, os manifestantes continuarão saindo as ruas. Mas o regime de Damasco discorda. O problema é que Bashar não estaria honrando Hafez. Cem mortos, como no último fim de semana, é muito pouco. Para eles, se forem 20 mil, a oposição fica calada.

E outra coisa que precisa ser dita.  A oposição síria não é esta maravilha pró-democracia que muitos sonham. Claro, há uma enorme massa que quer apenas mais direitos democráticos e está nas ruas genuinamente. Mas uma boa parte dos manifestantes está se armando. Obviamente, alguém está por trás. Sabemos que Hama é uma cidade religiosa e sunita.

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O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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