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De Beirute a Nova York

De Nova York a Teerã - O que vem depois da resolução contra o Irã?

A quarta rodada de sanções foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU. Acabei de acompanhar a votacao aqui nas Nações Unidas. Foram 12 votos a favor, incluindo os dos cinco membros permanentes do conselho. Apenas Brasil e Turquia votaram contra. O Libano se absteve.

Por gustavochacra
Atualização:

É clima de final de Copa, de última dia de aula. E, uma vez aprovadas as sanções, fica a pergunta - e agora? O que vem depois? Será que o regime iraniano cairá? Bom, ainda que isso aconteça, não muda muito. Afinal, quando o presidente era Mohammad Khatami, um moderado para os padrões iranianos, o programa nuclear estava a toda. Os atuais líderes da oposição tampouco se posicionaram contra esta questão.

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Na verdade, todos sabem que o Irã pretende desenvolver a bomba. O enriquecimento de urânio serve apenas para duas coisas. Pode ser para fabricar uma bomba ou usar para a produção de energia. No segundo caso, é necessário possuir uma usina. O Irã tem, mas elas funcionam apenas com combustível nuclear russo. E continuará assim, segundo acordo entre os dois países. Caso contrário, Moscou retirará a assistência técnica e os iranianos não terão como operar.

Tampouco há usinas totalmente iranianas em construção. E, como sabemos por Angra, não é de um dia para o outro que elas ficam prontas. O reator médico de pesquisas é estranho. Afinal, ele é oito vezes maior do que qualquer outro existente no mundo.

Logo, o regime de Teerã está disposto a produzir armas atômicas. Não há dúvida sobre esta questão. Pela lógica realista, que eu sigo, é natural o Irã querer ter uma bomba. Os Estados Unidos invadiram e destruíram o Iraque, na sua fronteira ocidental, e o Afeganistão, na oriental. Como impedir os americanos de fazerem o mesmo com os iranianos? Basta seguir o exemplo da Coréia do Norte e do Paquistão. Construa a bomba que, automaticamente, haverá uma forma de dissuadir o seu adversário.

A comunidade internacional tenta pela quarta vez intensificar as pressões. Também já buscaram retirar o Irã do isolamento com ofertas até para entrar na Organização Mundial do Comercio. Nada funcionou. Existe ainda a possibilidade de uma ação militar, mas esta é arriscada. Muitos já dizem que os países membros aceitam um Irã nuclear. Já ouvi de especialistas sérios que as resoluções seriam apenas para, acreditem, Teerã ganhar tempo e conseguir a sua bomba antes de Israel optar por uma ação unilateral. Isto é, as sanções seriam para acalmar os israelenses, que se sentem ameaçados pelos possíveis armamentos nucleares iranianos no futuro.

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O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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