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De Beirute a Nova York

Da Bloomindale's ao Outlet - Brasileiros se tornam os reis do consumo em Nova York

Os brasileiros aos poucos se transformam em campeões mundiais de compras, rivalizando com os japoneses e outras nacionalidades conhecidas pelo consumo. A fila para os estrangeiros pegarem o cartão com isenção de impostos na Bloomingdale's parece a mesma da do check-in da TAM no aeroporto JFK em Nova York, que é a cidade escolhida por 38% dos brasileiros que vêm aos EUA, de acordo com o Escritório para as Indústrias do Turismo e Viagem do governo americano.

Por gustavochacra
Atualização:

Quase todos são brasileiros que aproveitam o dólar barato para visitar os Estados Unidos e fazer compras. Com um crescimento de 22% no último ano, os turistas do Brasil estão apenas atrás de japoneses, ingleses e alemães no ranking de visitas aos EUA - não estão incluídos México e Canadá, com fronteiras terrestres.

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Independentemente da classe social, os turistas vindos de São Paulo, do Rio ou do Recife irão ao outlet de Woodbury, em Nova Jersey, para comprar calças, camisas e bolsas por um preço mais barato do que encontrariam no Soho ou na Quinta Avenida - segundo estatísticas do governo americano, 92% dos brasileiros vão às compras quando estão nos EUA, enquanto apenas 26% visitam um museu e 50% se divertem em um parque.

Mesmo assim, não deixam de visitar as sofisticadas Barney's e a Bergdorf & Goodman, ambas na Madison Avenue. E, claro, a Macy's e a Saks, consideradas de nível intermediário na escala nova-iorquina, já são pontos de atração de brasileiros desde os tempos da Varig. Algumas destas grandes lojas de rede utilizam vendedores fluentes em português e colocam a bandeira verde-amarela na fachada. Não é incomum ouvir frases como "será que esta camisa serve no meu marido?"

Outras paradas obrigatórias são as lojas da Apple da Quinta Avenida, Soho, Broadway e Meatpaking. Companhias de turismo voltadas para adolescentes, que seriam uma espécie de Stella Barros genérica, incluíram estes verdadeiros templos no roteiro obrigatório ao lado de musicais, do Empire State e do Central Park. Estes meninos e meninas de camisetas idênticas entram e aproveitam para checar os emails nos iPads. Visite uma delas ao meio-dia que parecerá a hora do recreio em um colégio do ensino médio brasileiro.

A B&H, de eletrônicos, com seus tradicionais vendedores judeus ortodoxos, nem precisa fazer propaganda para atrair os brasileiros, que a chamam carinhosamente de Beagá. Não ir a esta loja, conhecida pelos preços baixos por fechar aos sábados (shabat), se tornou um pecado quase tão mortal para um paulista quanto não levar os filhos na FAO, em frente ao Hotel Plaza - e, claro, à loja da Apple.

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Alguns consumidores do Brasil costumam também comprar produtos antecipadamente e mandam entregar na casa de amigos ou até mesmo nos hotéis. Assim, quando chegam, já encontrarão o iPod esperando.Além das lojas, os brasileiros aproveitam o real forte para gastar em alguns dos restaurantes mais badalados da cidade. Na lista, sempre estão alguns do de Keith McNally, como o Balthazar, o Pastis, o Morandi ou o recém lançado Pulino's. Outros, como o P.J. Clarkes  e o Serafina, de tanto sucesso que fazem com os turistas brasileiros em Nova York, decidiram abrir filiais no Itaim e nos Jardins.

A Disney e as estações de esqui no Colorado, sempre de olho no poderio econômico da classe média brasileira, contratam jovens na faixa dos 20 anos para trabalhar temporariamente durante as férias. Em Aspen, falar português pode ajudar um instrutor a conseguir clientes - neste caso, aumentando o mercado para os argentinos fluentes em "portunhol".

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O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de "O Estado de S. Paulo" em Nova York. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Yemen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al Qaeda no Yemen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo em 2009, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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