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De Beirute a Nova York

Cristãos comandam Exército de Assad, acusado de crimes contra a humanidade

no twitter @gugachacra

Por gustavochacra
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O ex-comandante das Forças Armadas da Síria e atual ministro da Defesa, general Dawoud Rajiha, é cristão ortodoxo. Como ele, a quase totalidade dos cristãos sírios apóia o regime de Bashar al Assad. A chegada da oposição ao poder, na visão deles, poderia culminar no fim do cristianismo sírio.

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Ao verem TV, eles se preocupam mais com os acontecimentos no Egito do que com o massacre em Houla. Notam como a Irmandade Muçulmana e os salafistas começam a impor suas políticas no Cairo e em Alexandria. A tal ponto que os cristãos coptas estão votando em massa para Ahmad Shafik, ex-integrante do regime de Hosni Mubarak.

Nas missas em Bab Touma, aos domingo, os cristãos sírios encontram os cristãos caldeus, do Iraque. Estes afirmam que viviam bem nos tempos de Saddam Hussein, quando o vice-presidente era Tariq Aziz, um cristão. Quando começou a guerra, quem os acolheu foi Assad, não as monarquias islâmicas do Golfo Pérsico.

A Rússia também defende Assad porque existem estes laços históricos entre os cristãos sírios e russos. A Igreja Ortodoxa Russa, conforme mostra reportagem do New York Times de hoje, abertamente apóia o regime sírio.

O mesmo se aplica ao patriarca maronita do Líbano, Bechara Rai, que também declarou apoio a Assad. Os cristãos libaneses, especialmente os seguidores de Michel Aoun, estão a favor do regime no conflito sírio porque temem o caráter radical islâmico de alguns braços da oposição.

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Por incrível que pareça, na Síria, os cristãos estão com Assad. Mas o Ocidente cristão tenta ocultar isso (verdade seja dita, o New York Times dá um show de cobertura ao mostrar as ligações do cristianismo a Assad e eu, modestamente, falo do assunto há meses aqui no blog, incluindo reportagens in loco em cidades cristãs da Síria).

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" e do portal estadão.com.br em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

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