Leia também
Um resumo das armas químicas na Síria
Qual estratégia de Obama para a Síria? Um bombardeio punitivo, sem derrubar Assad
Vou delinear aqui o pior e o melhor dos cenários de uma resposta diante do já praticamente certo bombardeio dos EUA e seus aliados europeus contra a Síria.
O que o ataque tende a causar - Deve destruir instalações militares e políticas do regime. Não está claro se instalações de armas químicas também seriam alvejadas. A ação não será prolongada. O bombardeio tende a ser punitivo e por pouco tempo
A resposta de Assad (Pior dos cenários) - Ações em massa contra áreas opositoras seriam levadas adiante com inúmeros massacres, incluindo uso indiscriminado de armas químicas. A Jordânia provavelmente seria alvo de ataques do regime. Israel tem o poder de dissuasão, mas talvez também acabe sendo alvo. No Líbano, as ações seriam restritas a carros-bomba contra alvos sunitas. O Hezbollah ficará de prontidão diante da possível eclosão do pior dos cenários e, se os israelenses responderem, talvez abra uma frente no sul do Líbano
A resposta de Assad (Melhor dos cenários) - O líder sírio esperaria pelo resultado dos bombardeios. Mostraria os civis mortos e exibiria para o mundo o resultado dos ataques de Obama em uma tática de PR. Diria que o presidente dos Estados Unidos abertamente se aliou à Al Qaeda contra as minorias religiosas, incluindo os cristãos. Na ONU, a Rússia faria um protesto formal pelos ataques. E Assad concentraria toda a sua resposta nos opositores. Talvez vejamos atentados terroristas em outros lugares do mundo
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires