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De Beirute a Nova York

A Guerra ao Terror resultou em mais terrorismo?

Veja também meus comentários sobre o atentado em Boston e a Al Qaeda no Canadá no Jornal das Dez da Globo News

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Por gustavochacra
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Os Estados Unidos lançaram duas guerras com centenas de milhares de mortos no Afeganistão e no Iraque. Hoje ficamos sabendo que a motivação para o atentado em Boston, segundo um dos próprios autores, Dhzokhar Tsarnaev, foi justamente esta ofensiva americana, de acordo com reportagem publicada no Washington Post.

No caso do Afeganistão, havia sim uma lógica inicial para a guerra. A Al Qaeda, responsável pelo 11 de Setembro, recebia abrigo do Taleban. Os EUA, com o apoio de uma ampla coalizão internacional, derrubaram o regime e acabaram com este oásis da rede terrorista de Bin Laden. Sem dúvida, alguns atentados de grandes proporções foram evitados. Isto é, sem conflito, talvez houvéssemos observados muitos outros ataques terroristas.

Meu comentário sobre o atentado na TV Estadão

Já o Iraque de Saddam Hussein nada tinha a ver com o 11 de Setembro e, dentro do contexto da guerra ao terror, este conflito nunca possuiu muita lógica.

O certo é que, tanto o conflito no Iraque como no Afeganistão, além dos bombardeios de Drones da administração de Barack Obama no Yemen e no Paquistão, contribuíram e contribuem para a radicalização de jovens nos EUA e na Europa. Isto é, podem enfraquecer o terrorismo internacional, mas fortalecem o terrorismo doméstico. Mas, que fique claro, os terroristas são uma minoria estatisticamente irrelevante dentro das comunidades muçulmanas no Ocidente. É deprimente ver algumas pessoas culpando o Islã pelo atentado. Demonstra apenas ignorância ou preconceito.

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O mais importante agora, como afirma brilhantemente Peter Beinert em artigo no Daily Beast, são os EUA não repetirem os mesmos erros do pós-11 de Setembro.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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